sexta-feira, 13 de novembro de 2009

A CRENÇA VISTA COMO MÁQUINA DE FAZER DINHEIRO, POR ZANE

Não tenho muito o que falar sobre religião, até porque crença cada um a tem a seu modo, do seu jeitO, nada podemos fazer para modificar a forma de pensar de cada um, dispondo, inclusive de Leis para proteger quem age, contrariamente, querendo induzir o outro a crer naquilo que não quer. É a nossa Constituição Federal que aí está para isso.

Até aí nada de novo, porém, quando vejo que religiões se transformam em máquinas de "fazer dinheiro" à custa da fragilidade do ser humano que, por algum motivo está alí procurando conforto para alguma dor moral, física ou ambas, a perplexidade, revolta, a indignação tomam conta de mim.

Eu mesma já passei por isso há muitos anos atrás onde procurava cura, qualquer que fosse o meio, para minha filha de uma doença gravíssima, congênita que não a permitia andar, falar, enxergar, chegando o desespero de uma mãe ou pai ser tão grande que não se medem esforços nem é dispensada qualquer ajuda quando alguém chega para esse intento.
Só que nem todos bem intencionados e é aí que tais seitas entram em sua vida, tirando-lhe tudo o que tem, tendo em vista que lhes dão a esperança de que necessita naquele momento de dor e, você, acreditando, despoja-se de todos os seus bens materiais em prol de um senhor deus (minúsculo mesmo) na figura de seu "representante" que, aos poucos, lhe carrega não somente seu pouco suporte para a sobrevivência financeira, mas, também, logo depois acontece, como no meu caso, a perda de quem mais ama nesse mundo, minha filha...

Na hora do desespero não paramos para pensar que os desígnios de DEUS não há como vencê-los e sim, aceitá-los por maior que seja a dor que sentirá. Ficamos como que "amortecidos" com aquela ferida que sangra sem cessar, não enxergando nada a nossa frente, somente nos agarrando nas palavras de charlatões que surgem para nos confundir, como disse, aproveitando-se de nossa boa intenção em ver o problema tão terrível que nos aflige resolvido.

No Brasil, religiões vão a cada dia proliferando-se mais. Nomes surgem nesses lugares, do dia para a noite, sempre com a palavra deus (minúsculo, novamente), justamente, para angariar adeptos que sempre procuram na seita (quero deixar bem claro que me refiro àquela crença que nada tem de verdadeiras e sim das que se valem das mesmas para enriquecimento próprio de seus fundadores, por isso as chamo de seitas, respeitando as demais, qualquer que seja ela, em que linha ou credo for que se mantém na fé e no despreendimento financeiro).
Vejo, entristecida, na imprensa e a minha volta mesmo, indivíduos dando seu dinheiro soado a essas "igrejas" na chance de verem seus problemas resolvidos, repito, como já aconteceu comigo. Ninguém está imune em cair nessa armadilha...ninguém!!!

Por isso, gostaria que antes de se envolverem com determinadas ideologias espirituais, procurassem se inteirar melhor do que se trata, analisar o irmão ao lado o que ele tem a oferecer, espiritualmente, falando e, se possui condições, conhecimento, discernimento para ser isso ou aquilo no local que escolheu para professar sua fé.

Observe tudo a seu redor por mais envolvido ou dolorido seja seu dilema ou aflição moral, física ou ambas como disse acima, logo no início desse singelo artigo.

Muitas vezes vamos buscar solução para um problema e, passado um tempo, temos dois, aquele que continua e sua conta bancária vazia!

Pense nisso!

São Paulo, 14 de novembro de 2009
Roseane (Zane)
PS: Costumo sempre, ao final de cada texto dizer que nada confiro por "ditar" o que meu coração pede, portanto, os pseudo-intelectuais se quiserem que o façam ou não leiam. O que escrevo aqui são para pessoas como eu entender e não para juristas ou membros da Academia Brasileira de Letras.
Zane