sábado, 10 de julho de 2010

Justiça de SP decreta prisão de ex-namorado de Mércia

Hermano Freitas
Direto de São Paulo
A pedido da Polícia Civil de São Paulo, a Justiça de Guarulhos decretou neste sábado a prisão do ex-namorado de Mércia Nakasshima, Mizael Bispo de Souza. Segundo um policial ligado às investigações, o motivo foi o depoimento do vigilante Evandro Bezerra Silva, 38 anos, que incrimina o advogado. O delegado que chefia as investigações no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Antonio Olim, chega na noite deste sábado em São Paulo com o suspeito.
O vigilante Evandro Bezerra da Silva, 38 anos, acusado de assassinar a advogada Mércia Nakashima, na Grande São Paulo, foi preso na madrugada de sexta-feira no município de Canindé de São Francisco, a 200 km de Aracaju, no Sergipe. Ele estava escondido na casa de um cunhado, onde acabou detido por policiais. Em depoimento à polícia, Evandro negou participação no crime.
De acordo com Olim, Evandro deve ser ouvido novamente no DHPP. Se o ex-namorado da advogada for localizado, ele deve ser ouvido novamente, ainda hoje, no DHPP.
Evandro contou que conhecia a advogada apenas de vista e que, na época do homicídio, estava fora de São Paulo. "Viajei no dia 10 de junho e no dia 12 cheguei a Sergipe", disse.
O vigilante afirmou que tem como provar que no dia do desaparecimento de Mércia Nakashima estava trabalhando como segurança em uma feira. "Faço segurança em feiras. Nesse dia, saí da feira, fui para o posto e saí de lá às 22h20", afirmou.
Evandro também falou sobre a ligação com o principal suspeito. Enfatizou que, como ex-policial, Mizael dava apoio de segurança no posto de combustível, onde o vigilante trabalhava.
A advogada Mércia Nakashima, 28 anos, desapareceu em 23 de maio e foi encontrada morta no dia 11 de junho em uma represa em Nazaré Paulista, no interior de São Paulo. Exames comprovaram que ela levou um tiro no rosto antes de morrer. A polícia ainda investiga se Mércia foi mantida em cativeiro antes de ser assassinada. Testemunhas afirmam ter visto a vítima ao lado do ex-namorado Mizael Bispo dos Santos nas proximidades de uma favela, na periferia de Guarulhos (SP).
Redação Terra

Vem aí o fim de aposentadoria a juiz corrupto

O Senado aprovou anteontem (6) mudanças na Constituição Federal que determinam a perda do cargo e a suspensão da aposentadoria para os juízes e magistrados que adotarem postura incompatível com suas funções.
A proposta de emenda à Constituição acaba com a brecha existente que concede "aposentadoria por interesse público" para juízes e magistrados envolvidos em irregularidades, mesmo que afastados de suas funções.
A PEC muda a Constituição de 1988 ao restabelecer modelo no qual a demissão de juízes se torna a pena máxima aplicada administrativamente aos magistrados. A proposta segue para votação na Câmara dos Deputados.
"Essas aposentadorias compulsórias que vinham sendo concedidas acabavam virando férias - o que era um prêmio, já que o sujeito era obrigatoriamente afastado e recebia salário o resto da vida", disse o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), relator da proposta.
Nos casos de ações incompatíveis com o decoro, juízes e magistrados perderão suas funções desde que a decisão seja tomada por dois terços dos membros do tribunal ao qual estiverem veiculados.
Os magistrados envolvidos em irregularidades ainda ficam, pela PEC, proibidos de exercer outros cargos no Judiciário.
A PEC também veda aos magistrados a possibilidade de dedicarem-se a atividades políticas ou de receber auxílios e contribuições de pessoas físicas. As mudanças não valem para juízes que tenham adquirido a prerrogativa de vitalidade no cargo antes da aprovação da PEC.
Em entrevista concedida à rádio Jovem Pan, ontem (8) o presidente da Associação dos Juizes Federais do Brasil (Ajufe), Gabriel Wedy, criticou a aprovação, dizendo que "esta PEC foi uma das decisões mais infelizes do Congresso Nacional desde a promulgação da Constituição Federal em 1988, pois nem mesmo a ditadura militar quis cassar a independência do Poder Judiciário".
Se a PEC for aprovada na Câmara dos Deputados, diz Wedy que "a primeira atitude da entidade será ingressar com uma sção direta de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal".
Espaço Vital