domingo, 24 de janeiro de 2010

Primeira escola para gays do país, em Campinas, SP, terá curso de drag queen

SÃO PAULO - A cidade de Campinas, no interior paulista, terá a primeira escola para jovens gays do país. Com recursos do Ministério da Cultura e do governo do estado, a ONG E-Jovem vai abrir a escola em março, com cursos gratuitos de dança, canto, TV-Web e produção de fanzines. Dezenas de adolescentes homossexuais e heterossexuais já fizeram as inscrições para as aulas, que terão 20 alunos por turma. Na grade curricular do ano que vem, já está previsto um curso para formação de drag queens.
- A Parada (Gay) mostrou que os homossexuais existem. Agora, queremos mostrar que eles falam e têm o que dizer - afirma o professor universitário e militante gay Deco Ribeiro, de 38 anos, um dos idealizadores do projeto.
A escola não vai oferecer o ensino regular, mas cursos que promovam a cultura homossexual e fomentem a formação de meios de divulgação, como os fanzines e a TV por internet. O projeto tem financiamento público de R$ 180 mil, a serem gastos em três anos. A proposta de criação da escola foi uma das 300 contempladas no programa do governo para a formação de pontos de cultura.
Fonte: http://oglobo.globo.com/cidades/mat/2010/01/24/primeira-escola-para-gays-do-pais-em-campinas-sp-tera-curso-de-drag-queen-915695037.asp

Estados não repassam verba para municípios e abortam ações antidesastres, diz Defesa Civil

Talita Boros
Do UOL Notícias
Em São PauloAs chuvas que atingem o Sul e Sudeste do Brasil desde o início da primavera no ano passado foram devastadoras: pelo menos 180 mortes e mais de 70 mil pessoas que tiveram que deixar suas casas, de acordo com a Secretaria Nacional de Defesa Civil, subordinada ao Ministério de Integração Nacional. Só na semana passada, nove pessoas morreram em consequência das chuvas na Grande São Paulo.
Se não todas, pelo menos parte dessas mortes poderia ser evitada.
Para o chefe do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres da secretaria, Armin Braun, as ações preventivas e emergenciais são prejudicadas pela falta de verba que os Estados deveriam repassar aos municípios. A falta de dinheiro impede que as defesas civis municipais implementem, por exemplo, programas preparativos para evitar desastres.
RJ recebeu apenas 1% da verba para prevenção de desastres
Segundo Braun, essas ações minimizariam danos materiais, ambientais e, sobretudo, poupariam diversas vidas perdidas em desastres. "Medidas simples, como a instalação em áreas de risco de pluviômetros de baixo custo, feitos de garrafas pet, surtem efeito e diminuiem as consequências das fortes chuvas junto às comunidades", explica.
Outra ação que pode salvar vidas, segundo Braun, são os planos de evacuação com sistema de alarme, em que moradores de encostas manteriam um sinal de aviso e seguiriam um plano de evacuação pré-preparado. Esse esquema de segurança poderia ser também elaborado e supervisionado pelas defesas civis municipais.
Braun adverte que muitas cidades não são preparadas para trabalhar com medidas pré-desastre. "Normalmente, as grandes cidades e as capitais trabalham com esse tipo de medida normalmente. Já as menores, não possuem estrutura para esse tipo de trabalho", disse.
População é alertada, mas não sai
As medidas pré-desastre, no entanto, sofrem resistência de parte da população que vive em encostas e regiões que correm risco de deslizamentos.
Angra dos Reis (RJ), por exemplo, onde 53 pessoas morreram vítimas do deslizamento de terra na madrugada de Réveillon, possuia medidas de preparação para desastres, segundo a Defesa Civil local. A área da comunidade do morro da Carioca - onde 21 pessoas morreram - era monitorada por meio de pluviômetros. Esses aparelhos, embora não fossem instalados no próprio morro estavam próximos à localidade.
Mas, segundo Francisco Júdice, relações públicas do órgão, eles não foram suficientes para evitar as mortes. "Na noite da tragédia, nossa equipe foi até o morro fazer o alerta, mas muitas pessoas nem sequer abriram as portas. Nós conseguimos fazer a retirada de três pessoas", disse. "Nós não podíamos retirar as pessoas pela mão, né?", lamenta.

Avião com 170 pessoas a bordo pega fogo ao fazer pouso forçado no Irã; 46 se ferem

Um avião com 170 pessoas a bordo pegou fogo neste domingo durante o pouso na cidade de Mashhad, no nordeste do Irã.
Segundo a mídia estatal iraniana, pelo menos 46 pessoas ficaram feridas. Até o momento, não há relatos sobre mortes.
O avião, um Tupolev 154, de fabricação russa, operado pela Taban Air, sofreu danos graves no incidente, perdendo seu trem de pouso e uma asa.
A parte de trás do avião se rompeu após a retirada dos passageiros, que eram em sua maioria peregrinos religiosos.
Mau tempo
Segundo Reza Jafarzadeh, porta-voz da agência iraniana de aviação civil, o avião havia deixado a cidade de Abadan, no sudoeste do Irã, no sábado, mas o mau tempo forçou a aeronave a pousar na cidade de Isfahan pela noite.
Após levantar voo novamente neste domingo, o capitão foi obrigado a fazer um pouso de emergência em Mashhad, em meio a um pesado nevoeiro, por causa dos problemas de saúde de um dos passageiros, segundo disse Jafarzadeh à TV estatal.
Um grande número de incidentes envolvendo aviões iranianos tem ocorrido nos últimos anos.
A frota da aviação civil iraniana é composta de aviões velhos e em precárias condições de manutenção.
Em julho do ano passado, um avião pegou fogo ao pousar também em Mashhad, matando 17 dos passageiros a bordo.
Apenas dez dias antes, um Tupolev pegou fogo em pleno voo e caiu no norte do país, matando todos os 168 ocupantes.
Aquele foi o terceiro acidente com mortes de um Tupolev 154 no Irã desde 2002.
BBC Brasil
Redação Terra

Bin Laden assume tentativa de atentado em avião nos EUA

A rede Al Jazeera transmitiu neste domingo uma mensagem supostamente gravada do líder do grupo terrorista Al-Qaeda, Osama bin Laden, na qual este assume o atentado frustrado cometido pelo nigeriano Omar Farouk Abdulmutalab no dia 25 de dezembro passado contra um avião nos Estados Unidos.
"Nossos ataques continuarão enquanto continuar o apoio americano a Israel", disse Bin Laden, em uma gravação divulgada parcialmente pela rede catariana e que o terrorista de origem saudita dirigiu pessoalmente ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
Abdulmutalab, qualificado por Bin Laden como um herói, tentou explodir uma bomba em um avião da companhia Delta que aterrissaria em Detroit, mas a bomba que levava falhou.
Bin Laden, que disse que a agressão estava alinhada aos atentados cometidos pela Al-Qaeda em 11 de setembro de 2001, em Washington e Nova York, insistiu em que a rede terrorista que dirige continuará seus ataques contra os EUA enquanto os palestinos continuarem vivendo na situação atual.
"Que os americanos não sonhem em viver em paz enquanto nós não vivamos na Palestina", disse o líder terrorista, antes de ressaltar que "não é justo que os americanos tenham uma vida (boa) enquanto nossos irmãos em Gaza sofrem uma situação miserável".
A rede Al Jazeera acredita que a mensagem de hoje de Bin Laden pode ter sido gravada no mês passado, mas não explica a razão de suas suspeitas e por que demorou tanto para divulgá-la.
Esta é a primeira mensagem conhecida de Bin Laden desde a gravação sonora que divulgou em 25 de setembro do ano passado, na qual exigia a retirada das tropas europeias do Afeganistão.
O atentado frustrado contra o avião da Delta foi reivindicado em 28 de dezembro passado pelo braço da Al-Qaeda na Península Arábica, que tem seu centro de operações no Iêmen.
O grupo terrorista, em comunicado, disse que a ação era uma represália "pela injusta agressão americana contra a Península Arábica" e reconheceu que a bomba "não fez uma plena explosão devido a uma falha técnica", apesar de que tinha sido testada.
EFE - Agência EFE

SOLDADOS BRASILEIROS ATIRAM PARA CONTER TUMULTO NO HAITI

Soldados brasileiros da Missão de Estabilização da ONU no Haiti (Minustah) tiveram que atirar para o alto e lançar bombas de gás lacrimogêneo para conter um tumulto que surgiu durante uma distribuição de ajuda organizada sábado em Porto Príncipe, constatou um fotógrafo da AFP.
A distribuição de comida, óleo de soja, água e rádios organizada em um antigo aeroporto militar começou na calma, com duas longas filas de haitianos aguardando tranquilamente. A maioria deles ainda não havia recebido qualquer ajuda desde o mortífero terremoto do dia 12.
No entanto, após algumas brigas isoladas, a situação degenerou e a multidão avançou na ajuda, obrigando os militares brasileiros a fazer disparos de advertência e a lançar bombas de gás lacrimogêneo.
Ainda não se sabe se a distribuição pôde ser concluída.
A porta-voz do Escritório de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU, Elisabeth Byrs, mencionou um "incidente isolado", e destacou que poucos casos de violência têm sido observados durante as operações humanitárias.
"É normal que haja incidentes isolados deste tipo, provocados pela exasperação e o desespero", comentou.
"A situação continua sob o controle da Minustah. Estes atos de violência não são representativos do povo haitiano. A população tem se mostrado calma e digna", afirmou.
Terremoto
Um terremoto de magnitude 7 na escala Richter atingiu o Haiti no último dia 12, às 16h53 no horário local (19h53 em Brasília). Com epicentro a 15 km da capital, Porto Príncipe, segundo o Serviço Geológico Norte-Americano, o terremoto é considerado pelo órgão o mais forte a atingir o país nos últimos 200 anos.
Dezenas de prédios da capital caíram e deixaram moradores sob escombros. Importantes edificações foram atingidas, como prédios das Nações Unidas e do governo do país. Estimativas mais recentes do governo haitiano falam em mais de 200 mil mortos e 75 mil corpos já enterrados. O Haiti é o país mais pobre do continente americano.
Morte de brasileiros
A fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, Organismo de Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Zilda Arns, o diplomata Luiz Carlos da Costa, segunda maior autoridade civil da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti, o tenente da Polícia Militar do Distrito Federal Cleiton Batista Neiva, e pelo menos 18 militares brasileiros da missão de paz da ONU morreram durante o terremoto. Também foi confirmada a morte de uma brasileira com dupla nacionalidade, cuja identidade não foi divulgada.
O Brasil no Haiti
O Brasil chefia a missão de paz da ONU no país (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti, ou Minustah, na sigla em francês), que conta com cerca de 7 mil integrantes. Segundo o Ministério da Defesa, 1.266 militares brasileiros servem na força. Ao todo, são 1.310 brasileiros no Haiti.
A missão de paz foi criada em 2004, depois que o então presidente Jean-Bertrand Aristide foi deposto durante uma rebelião. Além do prédio da ONU, o prédio da Embaixada Brasileira em Porto Príncipe também ficou danificado, mas segundo o governo, não há vítimas entre os funcionários brasileiros.
AFP