terça-feira, 9 de março de 2010

Retaliação do Brasil aos EUA pode causar guerra comercial, diz 'Financial Times'

Jornal destaca que países terão um mês para tentar solução negociada.
Governo brasileiro elevou impostos para produtos norte-americanos.
Do G1, em São Paulo
A decisão do governo brasileiro de elevar impostos de importação para produtos norte-americanos pode provocar uma guerra comercial entre Brasil e EUA, segundo reportagem, publicada nesta terça-feira (9), no jornal “Financial Times”.
O jornal destaca que a retaliação brasileira é resultado de uma disputa de oito anos na Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre subsídios que o governo americano destina aos produtores de algodão de seu país. E pondera que, como a decisão passa a valer dentro de um mês, os países terão este período para tentar uma solução negociada.
EUA se dizem 'desapontados' com retaliação do Brasil Retaliação é meio para retirada de subsídios, dizem produtores de algodão Brasil escolhe produtos 'substituíveis' para retaliar, dizem especialistas
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A reportagem afirma que mudanças significativas no subsídio ao algodão nos EUA teriam de envolver uma reformulação da lei agrícola e, posteriormente, obter uma difícil aprovação no Congresso.
Em entrevista ao jornal, Jon Huenemann, assessor do escritório de advocacia Miller & Chevalier, diz que “a única forma de evitar que isso se transforme em um desastre é oferecer algo significativo ao Brasil”
Do lado brasileiro, segundo o jornal, as autoridades estão abertas a negociar, mas que qualquer acordo terá de ser aplicado especificamente ao algodão.
Lista de produtos
O governo brasileiro publicou nesta segunda a lista de produtos com os quais pretende retaliar os Estados Unidos em até US$ 591 milhões. A lista traz produtos como cosméticos, eletrodomésticos e veículos.
O Brasil foi autorizado em dezembro de 2009 pela OMC a aplicar a retaliação contra os Estados Unidos, no valor de até US$ 830 milhões ao ano, em resposta aos subsídios norte-americanos ao algodão.
O secretário americano do Comércio, Gary Locke, fará visita a Brasília nesta terça.
G1 - Globo

Francês é julgado por decapitar virgem que não queria filhos

Um homem de 53 anos está sendo julgado na França por ter decapitado sua mulher, que tinha se recusado a ter relações sexuais com ele durante os 25 anos de relacionamento. A autópsia revelou que a vítima, de 47 anos, era virgem.
Philippe Cousin matou sua mulher Nicole em abril de 2007 em Arras, no norte da França, após ter lhe servido, como fazia diariamente, seu café da manhã na cama.
Após uma briga, motivada pelo fato de que a esposa se recusava a ter filhos, Cousin a esfaqueou diversas vezes, antes de decapitá-la.
Poucos instantes depois, ele ligou para a delegacia informando que havia matado sua esposa e pedindo desculpas "por incomodar". Quando os policiais chegaram à sua casa, ele se desculpou novamente "pelo horror" que eles veriam.
"Tenho um grande sentimento de vergonha, de responsabilidade e muito remorso", declarou o acusado durante o julgamento, que começou na segunda-feira.
"Naquela manhã, como todos os dias, preparei o café e disse que queria ter um filho com ela. Em razão de sua recusa, peguei uma faca e a ataquei várias vezes. Fiquei alguns instantes ao lado dela", disse Cousin no tribunal.
O veredicto deve ser anunciado na noite desta terça. O réu pode ser condenado à prisão perpétua.
Cousin afirmou que sua mulher se recusava a ter relações sexuais normais. Ela não queria ter filhos por medo de transmitir à criança a doença de seu pai, que tinha esclerose múltipla e se suicidou em razão disso.
O marido continua usando a aliança e decorou as paredes de sua cela com fotos da ex-mulher, afirma o jornal regional La Voix du Nord.
Seus familiares e amigos descreveram o acusado no julgamento como um "marido modelo". Cousin seria um homem tímido, prestativo e totalmente submisso à esposa, tida como autoritária e impulsiva, segundo eles.
"Ele era dominado pela mulher, ele era atencioso e cedia a todos os caprichos mais extravagantes, sempre sofrendo críticas", declarou o advogado de defesa, Didier Robiquet.
Especialistas psiquiátricos afirmaram durante o julgamento que a decapitação poderia ser explicada como uma maneira de destruir inconscientemente a autoridade representada pela esposa.
O réu afirmou que sonhava em ter filhos e que isso havia se tornado uma obsessão. Ele disse que já havia até escolhido o nome da criança, que se chamaria "Charlotte", se fosse uma menina.
O casal se conheceu há 25 anos durante um estágio de contabilidade. Eles se casaram quatro anos depois, em 1986.
BBC Brasil -Redação Terra