quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

REVOGADO PROVIMENTO QUE ESTABELECIA SEGURANÇA AOS MEMBROS DO CSM/SP

Quando é hora de criticar, criticamos. Quando o momento é de elogio, não o poupamos. Dessa forma, enviamos aplausos e mais aplausos ao TJ/SP. Ontem, o Conselho Superior da Magistratura da Corte bandeirante honrou sua história e revogou, em sua primeira reunião de 2010, por unanimidade, o Provimento 1.721/09, que estabelecia a manutenção de seguranças aos membros do CSM depois de terminados os seus mandatos.
MIGALHAS n° 2.305
PROVIMENTO Nº 1733/2010
Dispõe sobre revogação do Provimento CSM 1721/2009, referente à manutenção de seguranças aos membros do Conselho Superior da Magistratura, depois de findos os seus mandatos.
O CONSELHO SUPERIOR DA MAGISTRATURA, no uso de suas atribuições legais,
CONSIDERANDO o decidido nos autos do Processo nº 138.135/2009,
R E S O L V E:
Artigo 1º - Revogar as disposições contidas no Provimento CSM 1721/2009.
Artigo 2º - Este provimento entrará em vigor na data de sua publicação.
São Paulo, 12 de janeiro de 2010.
(aa) ANTONIO CARLOS VIANA SANTOS, Presidente do Tribunal de Justiça, MARCO CESAR MÜLLER VALENTE,
Vice-Presidente do Tribunal de Justiça, ANTONIO CARLOS MUNHOZ SOARES, Corregedor Geral da Justiça, LUIZ ELIAS
TÂMBARA, Decano do Tribunal de Justiça, LUIS ANTONIO GANZERLA, Presidente da Seção de Direito Público, FERNANDO
ANTONIO MAIA DA CUNHA, Presidente da Seção de Direito Privado, CIRO PINHEIRO E CAMPOS, Presidente da Seção Criminal

O QUANTO DE BORIS CASOY EXISTE EM VOCÊ?, PELO JUIZ FEDERAL WILLIAM DOUGLAS

William Douglas é juiz federal com mestrado em Direito e pós-graduação em Políticas Públicas e Governo. Atua também como professor em cursos de extensão em Direito e preparatórios para concursos. É autor de vários livros com dicas para passar em concursos públicos.
Após ouvir lixeiros desejarem "feliz 2010", Boris Casoy disse "... que m----, dois lixeiros desejando felicidades do alto de suas vassouras... (risos) ... dois lixeiros... o mais baixo da escala do trabalho." O episódio chocou. As reações que está sofrendo são exageradas? Ou ele as merece? Os lixeiros desejaram a todos (inclusive a ele, portanto) "paz, saúde, dinheiro, trabalho" e o que se seguiu foi, usando sua terminologia, "uma vergonha".
O pedido de desculpas, protocolar, não teve eficácia, talvez até o contrário. A oposição entre a imagem do apresentador e o comentário em off, revelador de uma visão elitista e preconceituosa, frustrou a ideia de respeito a todos e ao telespectador (imaginem o filho de um gari ouvindo isso). A rudeza dos comentários não se resolve por ter sido um acidente e não é fácil pedir desculpas pelo que se é ou pensa. Contudo, até que ponto a diferença entre nós e o Boris reside apenas no azar que ele deu pelo vazamento? O quanto de Boris existe em cada brasileiro?
Quando alguém se refere ao ponto "mais baixo na escala do trabalho" pode estar se referindo ao conteúdo moral ou social da atividade (como, por exemplo, criticar o tráfico ou a agiotagem), pelos riscos ou pela remuneração reduzida. A atividade de lixeiro não é nociva à sociedade. Nocivo seria, para a saúde e meio ambiente, que eles não atuassem. Como o risco não é tão grande, por eliminação, resta a remuneração. E aí reside um preconceito que resiste: julgar a dignidade das pessoas, ou das profissões, de acordo com sua remuneração. Há que se reconhecer que nem sempre existe equilíbrio entre a importância social de uma função e os ganhos que esta proporciona. E não se pode confundir o desejo de melhorar de vida ou ganhar mais, e a admiração por quem logra isto, com uma postura de menoscabo com as funções menos rentáveis.
Todo trabalho é digno. O que existe, em cada ofício, são pessoas que agem bem e outras não. Existem servidores públicos, CEO's, lixeiros, jornalistas e juízes dignos e indignos, o que se define pela forma como exercem sua atividade. Mais que isso, Jesus dizia que "a vida do homem não consiste na abundancia dos bens que possui".
Se você, leitor, julga alguém melhor ou pior levando em consideração o quanto a pessoa ganha, ou como se veste, ou onde mora, é preciso reconhecer que em você há, escondido, um pouco desse lado sombrio que o Boris revelou ter. Talvez o lado positivo desse episódio seja a reflexão sobre até que ponto ele não revela nossos preconceitos em off.
Camila Pitanga, que faz o papel de uma faxineira na novela global, afirmou que anda pelo estúdio sem ser cumprimentada quando está com os trajes da personagem. Feliz pelo papel ser convincente, não deixou de anotar como é estranho ficar "invisível", Esse fenômeno já foi objeto de estudo por um professor da USP que, vestido de faxineiro, ficou "invisível" na universidade, por anos. Em suma, quem deixa de ver o faxineiro, não deixa de ter seu lado Boris. Não que o Boris seja de todo mal, ele não é. Ninguém é. Somos todos humanos, com nossos lados luminosos e sombrios.
Boris também errou ao analisar a função de lixeiro. Os "'garis" são figuras simpáticas à população, vivem de bom humor e, ao lado dos carteiros, têm índices de aprovação e confiança que fazem corar os Poderes, a igreja e a imprensa. Infelizmente, estas instituições não são eficientes para limpar seus respectivos "lixos" como os garis o são com o lixo que lhes cabe. Por fim, não esquecer que - com seu jeito e ginga - um gari ilustra o vídeo institucional da bem sucedida campanha "Rio 2016". No Rio, os concursos para gari são concorridíssimos.
Certa vez, fui a uma festa na casa de um Procurador do Ministério Público do Trabalho (negro e onde grande número de convidados eram afrodescendentes). Fui com meus dois filhos e a babá do mais novo. Ela, negra, não está acostumada a ir a festas com tantas pessoas da sua cor. Em restaurantes e colégios caros, só para dar dois exemplos, é raro encontrar pessoas negras. Depois da festa, perguntei à babá o que ela achou e sua resposta foi: "Achei muito diferente, Dr. William. As pessoas olhavam para mim!". De fato, quem reparar vai ver quantos ignoram os trabalhadores mais humildes, quando não chegam a destratá-los. Naquele ambiente raro, a jovem experimentou a "não invisibilidade".
E você, leitor? Cumprimenta seu lixeiro? O garçom? A babá da vizinha? O porteiro? Você os vê? Aquele áudio procura você. Se você se julga, ou julga os outros, por quanto ganha, por qual carro tem, ou se não tem um, então o episódio pode revelar esse lado do Boris em seu cotidiano. Melhor que apenas discutir o que fez o Casoy é também questionarmos até que ponto reconhecemos o valor de todo e qualquer trabalho honesto.

STJ DETERMINA QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO E FISCAL DO GOVERNADOR ARRUDA, ALIADOS E EMPRESAS

O ministro Fernando Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), deferiu pedido do Ministério Público Federal para a abertura do sigilo bancário e fiscal do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, de oito integrantes do governo ou da base aliada na Câmara Legislativa e também de empresas e associações, todos investigados na operação Caixa de Pandora, que apura a distribuição de recursos ilegais à base aliada do governo do DF. A quebra do sigilo ocorreu em 18 de dezembro e hoje o presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Cesar Rocha, ouvindo o relator do inquérito, ministro Fernando Gonçalves, autorizou a divulgação.
A quebra do sigilo, de acordo com o MPF, é essencial para a averiguação dos eventuais delitos investigados, “permitindo a visualização completa do comportamento financeiro dos envolvidos no caso”, pois “existem indícios veementes de ocorrência de diversas infrações penais, como ressai do conjunto probatório constante dos elementos fornecidos pela autoridade policial e constantes do procedimento”.
No despacho em que deferiu o pedido do MPF, o ministro Fernando Gonçalves afirma que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal admite a quebra de sigilo pelo Judiciário, que não tem caráter absoluto, desde que a providência seja necessária para a preservação de um outro valor com status constitucional, “no caso a probidade e a lisura administrativa pública no trato com os recursos financeiros advindos do esforço comum, representado pelas contribuições exigidas da população, através de tributos e exações”.
Pessoas físicas e jurídicas:
· José Roberto Arruda
· Domingos Lamoglia
· Fábio Simão
· Omézio Pontes
· José Luiz Vieira Valente
· Eurides Brito da Silva
· Leonardo Moreira Prudente
· Gibrail Nabih Gebrim
· Adler Assessoramento Empresarial e Representações Ltda (CNPJ 00.844.597/0001-50)
· Vertax Consultoria Ltda (CNPJ 02.272.665/0001-80)
· Info Educacional Ltda (CNPJ 01.581.001/0001-30)
· Uni Repro Serviços Tecnológicos Ltda (CNPJ 56.811.086/0001-97)
· Linknet Tecnologia e Telecomunicações Ltda (CNPJ 03.043.631/0001-86)
· CTIS Informática Ltda (CNPJ 01.644.731/0001-32)
· Associação Brasiliense dos Amigos do Arruda no Distrito Federal (CNPJ 08.946.396/0001-76)
· Instituto Fraterna (CNPJ 10.788.264/0001-05)
Coordenadoria de Editoria e Imprensa

TERREMOTO ARRASA CAPITAL DO HAITI; MUNDO PREPARA AJUDA

da Folha Online
Um forte terremoto abalou o Haiti nesta terça-feira, destruindo prédios e matando um número ainda incerto de pessoas, em um dos países mais pobres do mundo. Sem levantamentos oficiais e em meio a um colapso nas comunicações, fontes médicas e humanitárias preparam-se para a possibilidade de haver milhares de mortos, incluindo estrangeiros de diversas nacionalidades que fazem parte da força de paz das Nações Unidas, liderada há cinco anos pelo Brasil. Diversos países e entidades internacionais mobilizam-se para ajudar o país. 
Em um país de construções precárias, mesmo prédios importantes como o palácio presidencial e a sede da missão da ONU (Organização das Nações Unidas) não resistiram e sofreram sérios danos. Há relatos de casas que caíram de barrancos e de um hotel de luxo que teria desabado, soterrando 200 pessoas. Repórteres e testemunhas relatam grande destruição e cenas sangrentas na capital, Porto Príncipe.
O terremoto de magnitude 7 aconteceu às 16h53 (19h53 em Brasília), a cerca de 16 km da capital haitiana, sendo considerado o mais forte no país em 200 anos.
As comunicações foram em grande parte interrompidas, tornando impossível obter um quadro completo sobre os danos, enquanto vários tremores que se seguiram ao grande sismo continuaram a assustar a população do país, onde muitas construções são precárias. A eletricidade foi cortada em alguns lugares.
O Haiti é o país mais pobre do Ocidente. O Brasil comanda cerca de 7.000 soldados da força de paz da ONU (Minustah) no Haiti, enviada ao país em 2004, e tem cerca de 1.300 homens na região. O Ministério da Defesa informou, por meio de nota, que houve "danos materiais" em instalações usadas por brasileiros, mas não citou vítimas.
O subsecretário-geral para Operações de Paz da ONU, Alain Le Roy, disse em um comunicado divulgado em Nova York que a sede da missão sofreu graves danos, juntamente com outras instalações das Nações Unidas e que um grande número de pessoas que trabalham para a organização continuava desaparecido.
A imprensa estatal chinesa informou que pelo menos oito soldados chineses foram soterrados, e que outros dez estão desaparecidos.
Jornalistas da agência Associated Press descrevem danos graves e generalizados pelas ruas, onde sangue e corpos podem ser vistos. Segundo a agência, dezenas de milhares de pessoas estão desabrigadas.
Muitas pessoas gravemente feridas se sentam nas ruas, á espera de ajuda médica vária horas depois do terremoto. Em praças públicas, milhares de pessoas cantam hinos e se dão as mãos.
A rede de TV CNN informou que possui imagens de mortos pelas ruas da capital haitiana, mas que são muito fortes para exibição.
Os embaixadores do Haiti no México e nos Estados Unidos informaram que o presidente René Préval está vivo, apesar do colapso do palácio presidencial
"A situação é muito grave", especialmente nos bairros mais populares, disse Manuel durante uma entrevista coletiva de no Ministério das Relações Exteriores do México, após conversar com o vice-chanceler mexicano, Salvador Beltrán.
O embaixador haitiano nos EUA, Raymond Alcide Joseph, demonstrou preocupação com os efeitos do terremoto, a partir dos danos a prédios governamentais.
"Se esses prédios estão danificados, você pode imaginar o que aconteceu com todas aquelas frágeis residências ao redor de Porto príncipe, nas encostas dos morros?", perguntou.
Ele lembrou seu desânimo crescente com a construção de barracos não regulamentados nas encostas dos morros, e como ele tinha escrito um artigo há alguns anos, dizendo que isso era uma "catástrofe".
Um funcionário do governo americano relatou ter visto casas que tinham caído em um barranco.
Um cinegrafista da agência Associated Press viu um hospital destruído em Petionville, perto da capital, bairro que abriga muitos diplomatas e haitianos ricos, assim como muitas pessoas pobres.
Em uma das primeiras informações disponíveis com número estimado de vítimas, o secretário francês para a Cooperação, Alain Joyandet, disse, em Paris, que cerca de 200 pessoas estariam sob os escombros do hotel Le Montana, um dos mais luxuosos de Porto Príncipe.
Com os telefones sem serviço, algumas das comunicações são feitas por meio de redes sociais na internet, como o Twitter. Richard Morse, um músico bem conhecido que gerencia o famoso Olafson Hotel, manteve um fluxo de relatos sobre as réplicas do tremor e os relatórios de danos.
A maior parte dos 9 milhões de haitianos vivem em profunda pobreza, e, após anos de instabilidade política, o país não tem normas reais de construção. Em novembro de 2008, após o colapso de uma escola em Petionville, o prefeito de Porto príncipe estimou que cerca de 60% por cento dos edifícios eram construídos de forma precária.
O terremoto foi sentido na vizinha República Dominicana, que compartilha a fronteira com o Haiti, na ilha de Hispaniola, e deixou em pânico moradores da capital, Santo Domingo, muitos dos quais fugiram de suas casas. Mas nenhum dano maior foi relatado.
No leste de Cuba, casas balançaram, mas também não houve relatos de danos significativos.
Ajuda
Várias entidades internacionais e governos prometeram ajuda para as vítimas e para a reconstrução do Haiti.
O Banco Mundial, cujos escritórios em Porto Príncipe desabaram, afirmou nesta terça-feira que estava pronto para enviar uma equipe ao país para avaliar a extensão dos danos causados pelo terremoto.
O BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) anunciou um subsídio de emergência de US$ 200 mil para fornecer comida, água, remédios e abrigo para as vítimas, e a ONU anunciou que está preparando um enorme esforço internacional no Haiti
Governos de países como França, Canadá, Brasil, Venezuela Colômbia, México e El Salvador prometeram ajuda.
Logo após o terremoto, o presidente americano, Barack Obama, disse que seus "pensamentos e orações" estão com o povo do Haiti e prometeu ajudar "em tudo o que puder".
O governo americano informou que o Departamento de Estado, a Usaid (sigla em inglês da agência do governo americano para ajuda externa) e os militares do país estavam trabalhando para coordenar uma avaliação da situação e toda a assistência possível.
Com agências internacionais

OITO SOLDADOS CHINESES FORAM SOTERRADOS E 10 DESAPARECERAM NO HAITI, DIZ CHINA

da Folha Online
Oito membros chineses da força de paz das Nações Unidas no Haiti (Minustah) estão soterrados e outros dez foram declarados desaparecidos após o grande terremoto desta terça-feira próximo à capital haitiana, Porto príncipe, informou a imprensa estatal chinesa nesta quarta-feira.
Porto Príncipe está em colapso, diz brasileiro
A informação foi fornecida pelo vice-presidente da equipe de resgate de emergência desastres de terremoto da China, Xiangyang Liu, segundo o site China Daily.
Após o forte terremoto, a China enviou ao Haiti uma equipe de resgate com 50 pessoas, 3 cães de resgate e equipamentos para ajudar no socorro. A equipe de resgate partiu na tarde desta quarta-feira (madrugada de quarta-feira, no Brasil).
Segundo o site estatal, a China mantém 125 soldados, incluindo seis mulheres, nas forças de paz da ONU, que são lideradas pelo Brasil.
A sede da missão foi seriamente atingida, confirmou o Ministério da Defesa do Brasil, que não informou sobre vítimas entre os mais de 1.200 soldados brasileiros no Haiti.
Com France Presse

MILITAR DIZ QUE TERREMOTO NO HAITI PROVOCOU A MORTE DE PELO MENOS 7 BRASILEIROS

Do UOL Notícias*
Em São PauloO grande terremoto que atingiu o Haiti, o país mais pobre da América, nesta terça-feira (12) provocou a morte de pelo menos sete brasileiros, segundo o chefe de Comunicação Social do Batalhão brasileiro no Haiti, coronel Alan Sampaio Santos. Em entrevista à rádio Jovem Pan, Santos disse que, entre os soldados brasileiros, há sete vítimas confirmadas e muitas pessoas feridas.
O governo brasileiro ainda não se pronunciou sobre o número de vítimas. Também ainda não há números oficiais de vítimas e prejuízos, mas os relatos que chegam pelas agências de notícias informam que diversos edifícios desabaram no país, inclusive o palácio presidencial da capital Porto Príncipe.
Sem levantamentos oficiais e em meio a um colapso nas comunicações, fontes médicas e humanitárias preparam-se para a possibilidade de haver milhares de mortos, incluindo estrangeiros de diversas nacionalidades que fazem parte da força de paz das Nações Unidas, liderada há cinco anos pelo Brasil. Diversos países e entidades internacionais mobilizam-se para ajudar o país.
De acordo com as agências internacionais, vários feridos aguardam ajuda médica pelas ruas da capital haitiana. A comunicação com o país ainda é muito precária e as poucas informações que chegam indicam que até o prédio da Organização das Nações Unidas (ONU) foi abalado pelos tremores desta terça-feira. "As Nações Unidas pode confirmar que a sede da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (Minustah), em Porto Príncipe sofreu graves danos, juntamente com outras instalações das Nações Unidas", disse o subsecretário-geral para Operações de Paz Alain Le Roy, em um comunicado divulgado em Nova York.
"Os contatos com a ONU no terreno têm sido severamente prejudicados", disse Le Roy, acrescentando que um grande número de pessoas que trabalham para a organização continua desaparecido.
Danos às instalações brasileiras
O Brasil comanda cerca de 7.000 soldados da força de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti, enviada ao país em 2004, e tem 1.266 militares na área, dos quais 250 são da engenharia do Exército.
Em nota oficial na noite desta terça-feira, o Ministério da Defesa do Brasil informou que houve "ocorrência de danos materiais em algumas instalações usadas por brasileiros". O informe indica, entretanto, que o balanço desses danos será feito somente nesta quarta-feira (13).
O escritório da embaixada teve muitos danos. Os militares brasileiros estão em uma planície onde não há construções altas, então ali não há tanto perigo. Mas a área da chancelaria sofreu bastante", disse o embaixador do Brasil no país, Igor Kipman, em entrevista à rádio CBN.
O representante do Brasil no Haiti também afirmou que houve danos sérios em inúmeros imóveis na capital do país. O embaixador informou que sua volta ao Haiti, onde vive há dois anos, estava prevista para a próxima quinta-feira (14), mas deve decidir nesta quarta se antecipa sua volta ou se permanece no Brasil.
Telefone emergencial
O Ministério de Relações Exteriores brasileiro criou nesta terça-feira uma sala de crise, com funcionamento 24 horas, para atender as vítimas do forte terremoto que atingiu o Haiti. Relatos apontam que houve grande destruição na capital Porto Príncipe, que tem 1 milhão de habitantes.
Os seguintes telefones foram abertos pelo Itamaraty: 61 3411-8803/ 61 3411-8805 / 61 3411-8808 / 61 3411-8817 / 61 3411-9718 ou 61 8197-2284.
Segundo testemunhas, o terremoto devastou o centro da capital, incluindo o Palácio Nacional, a Catedral e a sede das Nações Unidas. Fontes médicas dizem esperar centenas de mortos. O contato por telefone com o Haiti é difícil.
Um cinegrafista ligado à agência de notícias Associated Press disse que presenciou o desabamento de um hospital. Segundo o cinegrafista, o hospital desabou em Pétionville, subúrbio de Porto Príncipe, e era possível ouvir pessoas pedindo socorro.
Outro repórter da agência Reuters afirmou que viu dezenas de mortos e feridos entre os escombros espalhados pelas ruas. "Tudo começou a tremer, as pessoas gritavam, casas começaram a cair... está um caos total", disse o repórter Joseph Guyler Delva.
Local do tremor
De acordo com medição preliminar do Serviço Geológico dos Estados Unidos, o terremoto aconteceu a cerca de 10 km de profundidade, a 22 km da capital haitiana, que tem mais de 1 milhão de habitantes. Um terremoto dessa magnitude é capaz de provocar danos graves. O terremoto foi seguido de outros tremores, sendo dois de magnitudes de 5,9 e 5,5.
O tremor foi sentido com força em quase todo o território da República Dominicana, país situado na ilha de Hispaniola, como o Haiti, e também no leste de Cuba, mas ainda não se sabe se provocou grandes danos, salvo cortes temporários no fornecimento de energia elétrica.
Em entrevista concedida à rede de televisão "CNN", o embaixador do Haiti nos Estados Unidos, Raymond Joseph, disse que as consequências do terremoto pode ter tido proporções "catastróficas". "A única coisa que posso fazer agora é rezar e confiar em que o pior não aconteça", disse.
Ajuda externa
O presidente dos EUA, Barack Obama, manifestou-se e disse que seus "pensamentos e preces" estão com o povo haitiano. "Estamos monitorando de perto a situação e estamos prontos para ajudar o povo do Haiti", disse, em nota. República Dominicana, França, Colômbia e Venezuela também já se comprometeram a ajudar o Haiti.
O BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) anunciou um subsídio de emergência de US$ 200 mil para fornecer comida, água, remédios e abrigo para as vítimas do terremoto, que poderia ter causado centenas de mortos, disseram testemunhas. "Estamos acompanhando de perto a situação e estamos prontos para ajudar o Haiti a lidar com esta catástrofe", disse o presidente do banco, Luis Alberto Moreno. "Estamos em contato com outros doadores, para partilhar informações e coordenar as ações de resposta."
A própria ONU (Organização das Nações Unidas), com sede nos Estados Unidos, anunciou que está preparando um enorme esforço internacional no Haiti, enquanto seus funcionários tentavam em vão entrar em contato com seus representantes no país. As comunicações no país foram afetadas.
"Tentamos entrar em contato com as nossas equipes no terreno, mas temos problemas de comunicação, o que não é surpreendente depois de uma catástrofe como essa", disse o porta-voz do Escritório de Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA), Stephanie Bunker.
Bunker disse que a OCHA tinha enviado mensagens de aviso para diferentes locais em todo o mundo com o objetivo de preparar uma mobilização excepcional de ajuda ao Haiti.
Histórico de tremores na região
O terremoto desta terça foi um dos mais fortes já registrados no Haiti e na República Dominicana, que compartilham a ilha caribenha de Hispaniola.
"Desde o terremoto de 4 de agosto de 1946, que foi de 8,1 graus, não tínhamos registrado, pelo menos em nosso país, um fenômeno tão grande como este", afirmou o diretor do Instituto Sismológico Universitário da República Dominicana, Eugenio Polanco.
Outro forte terremoto no país ocorreu na noite de 22 de setembro de 2003, quando a terra tremeu a uma escala de 6,5 graus e derrubou um centro educativo, além de ter danificado seriamente outros prédios na cidade de Puerto Plata.
"Na ocasião, não ocorreu uma catástrofe nessa escola porque foi de noite e não havia alunos", afirmou
Polanco.
* Com informações das agências internacionais, Folha Online, Jovem Pan

Sobreviventes relatam situação de caos e angústia em Porto Príncipe-Haiti

Testemunhas do tremor de 7 graus na escala Richter, que atingiu a capital do Haiti na tarde de terça-feira (12), relataram cenas de caos, devastação e angústia, com edifícios destruídos e pessoas mortas e feridas em Porto Príncipe e nos arredores.
As estimativas de vítimas do terremoto ainda são desencontradas, mas segundo afirmou à BBC Mike Blanpeid, da agência geológica dos Estados Unidos, cerca de 3 milhões de pessoas estavam na área mais atingida pelo tremor e que os estragos devem ser "significativos'.
Carel Pedre, um apresentador de rádio e TV em Porto Príncipe, disse à BBC ter testemunhado uma grande destruição no trajeto de oito quilômetros que fez pela capital para encontrar sua filha.
"Eu vi muitas pessoas chorando por ajuda, muitos edifícios desmoronados, vários carros danificados, muitas pessoas sem ajuda, pessoas ensanguentadas", relatou.
Ele disse ter visto um cinema, um supermercado, um cibercafé e um prédio de apartamentos totalmente destruídos.
Pedre disse que podia sentir os tremores secundários a cada 15 ou 20 minutos, cada um durando de três a cinco segundos.
Segundo ele, a escuridão na cidade contribuía para a sensação de medo e preocupação entre a população.
"Não há eletricidade, todas as linhas telefônicas estão desligadas, então não tem muito jeito de as pessoas entrarem em contato com suas famílias e com os amigos", disse.
Ele afirmou não ter visto muitos carros de serviços de emergência e que as pessoas nas ruas tentavam ajudar uns aos outros, mas sem saber "aonde ir ou por onde começar".
Mortos
O repórter da Reuters Joseph Guyler Delva disse que quando o terremoto atingiu a cidade "tudo começou a tremer, as pessoas estavam gritando, as casas estavam caindo".
Delva disse ter visto dezenas de pessoas mortas. "Eu vi pessoas debaixo dos escombros, pessoas mortas. Havia pessoas gritando 'Jesus, Jesus' e correndo em todas as direções".
Ele descreveu a situação como "caos total".
Henry Bahn, um funcionário do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos que estava no Haiti, disse que todas as pessoas na capital haitiana estavam "assustadas e emocionadas".
Ele relatou à agência de notícias Associated Press que estava retornando ao seu hotel quando o chão começou a balançar.
"Eu podia ouvir uma tremenda quantidade de barulho e de gritos à distância", disse.
Ele disse ter visto uma cratera onde antes havia várias casas. "Está cheio de muros caídos, de escombros e de arame farpado", relatou.
'Confusão e angústia'
Valerie Moliére, de 15 anos, teve que ser ajudada pelo pai para conseguir sair da casa da família, danificada pelo tremor.
"Estava muito, muito ruim. Eu não conseguia nem ficar de pé. Estava no chão, meu pai teve que me pegar e me tirar da casa, de tão ruim que estava", disse ela à TV americana ABC.
Segundo ela, o ambiente do lado de fora era de "confusão e angústia". "Neste momento, tudo o que eu posso ver são pessoas correndo. Elas ainda estão correndo e gritando. Só vejo pessoas se abraçando e chorando por todos os lados", disse.
Segundo ela, os danos foram grandes. "Eu posso ver casas destruídas e muitas pessoas passando ensanguentadas na minha frente", relatou.
Escuro
Um funcionário da organização não governamental Food for the Poor, Rachmani Domersant, disse que a situação piorou depois que escureceu.
Ele contou à agência Reuters que viu sete ou oito edifícios desmoronados, entre hotéis e lojas. Ele advertiu que as projeções sobre centenas de mortos "podem estar seriamente subestimadas".
Poucos minutos após o tremor, uma grande nuvem de poeira e fumaça podia ser vista sob o céu da capital.
Mike Godfrey, que trabalha para a Agência dos Estados Unidos para Desenvolvimento Internacional, disse à rede CNN que parecia que "um cobertor cobria completamente a cidade, deixando-a escura por cerca de 20 minutos".
BBC Brasil