sábado, 26 de setembro de 2009

ATIRADOR MATA LADRÃO QUE FAZ REFÉNS COM GRANADAS – OPINIÃO DE VÁRIOS MAGISTRADOS

Colegas,
Antes de magistrados, somos seres humanos, com família, amigos, como todo mundo. E não somos cegos!!!
Não faço a apologia da violência da polícia, mas não posso admitir que se justifique a violência do criminoso comum pelo simples fato de ser ele favelado!!!! Até onde sei, ser favelado não é, ainda, excludente de criminalidade...
Além disso, é muito perigosa a generalização do tipo: toda a polícia é violenta; policial só é morto qdo está dormindo. Na verdade, toda a sociedade deve muito aos nossos valorosos policiais que, com despreendimento e lutando contra todas as adversidades, conseguem, ainda, nos garantir um resquício de segunça. É verdade que alguns são corruptos. Como tb é verdade que existem magistrados corruptos. Mas não podemos condenar toda uma instituição pelo mal feito de alguns.
Abraços,
Marilia, Juíza

PARABÉNS AO SNIPER!! Não fosse ele, muita gente ali teria vilhado estilhaço de carne pelos estilhaços de aço.

Diálogo com bandido armado com uma granada e já ferido com projetil no abdomem, ainda provavelmente drogado? Ah, fála sério...aliás, não se dialogou antes por acaso? O comandante não disse que ele nao queria conversa?

Diego, Juiz

Caro Magid, sabemos que a toda ação corresponde uma reação igual e em sentido contrário. Essa afirmação se presta para ambos os lados; polícia e bandido. Na verdade, diante de tanta violência de parte a parte, já não sei mais qual a melhor política de segurança, mas sei sim, que não podemos mais suportar os riscos que corremos dentro de casa e principamnte, nas ruas das cidades. Infelizmente o bandido tem péssimos exemplos dos poderes da república, onde se encontram homisiados marginais de colarinho e gravata, que sem qualquer escrúpulo assaltam os cofres da nação. Matar pode não ser a solução. Mas morrer também não!. Como pastor prego o amor ao próximo, segundo ensinamento do Senhor Jesus, mas não nego que há criaturas que já perderam todo o tecido humano e diabolicamente, se tornaram em feras indomadas, prontas para "matar, roubar e destruir" (Jo 10.10). É triste meu amado colega, mas até hoje, os "direitos humanos" só penderam para o bandido, restando às vítimas, o chôro e a saudade de seus entes queridos. Afetuoso abraço. Gerson Arraes (RJ).Juiz

GERSON.

ACABEI DE OUVIR UMA ENTREVISTA COM O CORONEL PM COMANDANTE DO 6ª BATALHÃO, O RESPONSÁVEL PELA OPERAÇÃO DE ONTEM ONDE ELE ORIENTOU O ATIRADOR DE ELITE PARA A AÇÃO. ELE DISSE COMO UM HOMEM INTELIGENTE QUE É, OU SEJA ELE NÃO É APENAS UM OFICIAL PM, DE QUE A SEGURANÇA PÚBLICA NÃO É UMA QUESTÃO APENAS POLICIAL E QUE VEM SENDO TRATADA HÁ DECADAS DESSA FORMA APENAS COM ENFRENTAMENTO. ELE FOI CATEGÓRICO QUE IMPOSSIVEL APENAS REPRIMIR. O NOME DESSE COMANDANTE É O CORONEL PRINCIPE. A QUESTÃO É SOCIAL E PORTANTO TEM ORIGEM ECONOMICA, DISTRIBUIÇÃO DE RENDA E ETC. SINCERAMENTE FIQUEI MUITO FELIZ EM PERCEBER QUE ESSE HOMEM NÃO É APENAS UM CORONEL E SIM UM SER HUMANO. EU CONHEÇO OUTRO QUE FOI MAJOR PM E HOJE ESTÁ NO MP E É PROCURADOR DE JUSTIÇA E FOI SECRETÁRIO DE ESTADO, PROCURADOR DE JUSTIÇA DR. ASTÉRIO.

ANTHERO, JUIZ

Belo texto, Magid, estou de pleno acordo com as suas justas apreensões. Nâo é possível que aceitemos graciosamente, e até alegremente, o fato da violência, seja ela de quem for, parta de quem partir e em razão de qualquer pretexto que se tiver de sustentar para empreendê-la, pois aceitá-la, como tragédia, é o mesmo que admitir nossa falência enquanto humanidade e enquanto agentes racionais que superamos, em conjunto e nunca isoladamente, a todo primitivismo em favor da Ordem, da Paz e do progresso individual e coletivo.

Repito e o faço à exaustão: não existe felicidade individual. Ou contemplamos o bem estar para todos, ou a vida humana retornará ao caos e deixará de ser 'socius'.
Estamos muito perto disso por aqui abaixo do equador.

Forte abraço e bom final de semana!

Roberto Wanderley, Juiz

A questão social é uma das faces da moeda e parece não ser o X da questão como os sociólogos outrora afirmaram.

Isso porque foi divulgado que mesmo com o incremento de renda do Nordeste, pelo bolsa-família, o n. de homicídios subiu. Ou seja, as pessoas se matam não só por problemas econômicos. Tudo bem que o homicídio é um crime que não mede a criminalidade adequadamente, já que ocorre por diversos fatores, mas o verdadeiro problema da violência no Brasil é a cultura do desvalor do ser humano, do desvalor de vários aspectos da vida, a falta de cidadania e educação, e isso não vem com riqueza ou probreza. Vem com exemplos. A classe dirigente brasileira mentém as deturpações do Brasil Colônia (o Brasil continua como campitanias herdeitárias) e isso é percebido, mesmo que incoscientemente, pelo povo e gera revolta e descrença-ausência de perspectivas. Daí não há distribuição de renda que melhore o panorama da violência. Para mim, a criminalidade decorre da impunidade, de todos, ricos e pobres, quando delinquem.

À medida que temos deputados e senadores (inclusive se noticiou que Juiz também) com trabalhadores em regime escravo em suas fazendas; à medida que Ministros do STJ exigem privilégios funcionais extensivos a parentes; à medida que banqueiros tentam comprar benefícios; à medida em que políticos saqueiam o erário (vide DETRAN RS); à medida que Sarney continua com a bola toda; À MEDIDA QUE ISSO NUNCA MUDA E TAIS PESSOAS CONTINUAM "NUMA BOA", COMO QUERER QUE O PAÍS MELHORE, A VIOLÊNCIA ACABE E AS PESSOAS À MARGEM DA SOCIEDADE VEJAM BONS EXEMPLOS DE VIDA DIGNA?

Esqueçam melhoras, a tendência é só piorar.

Diego,Juiz

"Repito e o faço à exaustão: não existe felicidade individual. Ou contemplamos o bem estar para todos, ou a vida humana retornará ao caos e deixará de ser 'socius'."

ROBERTO

PARABÉNS, DE PLENISSIMO ACORDO, PENA QUE A MAIORIA DE NÓS, INCLUSIVE, NÃO PENSE ASSIM.

ENQUANTO TIVER UM FAMINTO SOBRE A FACE DA TERRA NÃO TEREMOS PAZ.

ABS

ANTHERO, Juiz

Anthero, meu colega e amigo de tantos anos, como vc bem sabe, fui oficial, promotor e juiz criminal. Com todo o respeito e admiração que tributo a vc, não aceito a discriminação contra a polícia. Se vc permitir, e concordar, te convido para uma palestra -quando ocorrer- no BOPE da PMERJ, quando te serão mostrados todos os meios de repressão e seus estágios, até se chegar ao extremo dos disparos . Vc tem noção, só este ano, quantos soldados, graduados e oficiais morreram em combate com esses marginais que não têm qualquer apêgo à vida humana (?). O número é assustador! Indo ao HCPM, vc verá a quantidade de militares internados , lesionados por PAF, é um quadro doloroso. Não deposite crédito na versão sempre parcial, de que o policial "faz e acontece" e são sempre os culpados das balas perdidas. Não se filie à corrente que acusa a polícia de todos o "males", porque, apesar dos bandidos que nela existem, há em seus quadros homens sérios, bem formados e que estão sempre dispostos a morrer por vc. Vou te convidar um dia a ir à Academia da Policia Militar, onde terá a oportunidade de constatar o zêlo, o primor e a disciplina em que os cadêtes são formados e instuidos durante três anos, para que muitas das vezes, quando ainda tenentes, cheios de sonho e esperança, morram com um tito na cabeça, como recentemente ocorreu em nossa cidade (quando não ficam paraplégicos para o resto da vida). Sei que vc é um homem justo. Nunca deixe de sê-lo. Abrs. Gerson Arraes,Juiz

Anthero, amigo, fico feliz por isso! Abrs. Gerson Arraes.

Concordo com a Marília, toda GENERALIZAÇÃO, a qualquer nível, é temerária,
perigosa e injusta, principalmente, quando parte de nós magistrados que
juramos, no dia em que fomos empossados, sermos imparciais e, por óbvio,
JUSTOS, no sentido de buscar a verdadeira justiça sem olhar a quem,
independente, repito, de raça, sexo, credo, posto, cargo, ideologias
etc..etc...

É como penso! (imitando, como sempre, meu irmão de alma, Roberto Wanderley)

Abraços a todos da
Zane (Roseane)

Perdoe-me, amigo, mas a sua assertiva:

"...não nego que há criaturas que já perderam todo o tecido humano e diabolicamente, se tornaram em feras indomadas, prontas para "matar, roubar e destruir" (Jo 10.10)";

está fora do contexto evangélico e, pois, não é verdadeiramente cristã, smj.

Na condição de humilde temente a Deus de formação católica, ouso insistir que João, o Evangelista, estava se referindo ao pecado, ao maligno, ao mencionar o léxico "ladrão", e não ao pecador. E no mesmo versículo, está dito com todas as letras que Jesus Cristo veio para que as ovelhas tenham vida e para que a tenham em abundância. Segmentar alguma passagem do texto bíblico, desfigura-o de sua essência doutrinal. Todos os que vieram antes do Senhor foram "ladrões" e "salteadores", segundo esse mesmo sentido figurativo. As ovelhas somos todos nós, pecadores, filhos de Deus, em que certamente estão incluídos bandidos e degredados desta e de todas as quadras da história da humanidade (processo civilizatório).

Olho por olho não é solução para nada nesta vida. E muito menos na eternidade para o que o Criador se nos pede que sejamos puros como a um pequenino.

O bom cristão, todavia, usa a sua inteligência e a sua razão para desviar-se do mal, mas não segundo a lógica do próprio mal, porque isso implicaria em corroborar com ele.

Alegrar-se da dor humana é, desgraçadamente, um mal em si mesmo e aponta para o estado de caos interior e social em que nos encontramos.

Invocando a brandura da Santa Mãe do Senhor,

abraço-o em Cristo, Salvador,


Roberto W, Juiz

GERSON

EU ACABEI DE TE PASSAR O PENSAMENTO DO COMANDANTE CORONEL PRINCIPE QUE JÁ FOI DO BOPE E HOJE COMANDA O 6 º BATALHÃO QUE ATUA NA TIJUCA, ONDE ELE AFIRMA E COM RAZÃO QUE A VIOLENCIA, A SEGURANÇÃ PÚBLICA NÃO É UMA QUESTÃO POLICIAL E SIM SOCIAL E PORTANTO ECONOMICA. NÃO SOU EU QUEM O DISSE E SIM UM LÚCIDO POLICIAL.

ABS

ANTHERO,Juiz

ROBERTO

O PROBLEMA DA HUMANIDADE SÃO OS FANÁTICOS QUE NÃO DÃO VIDA AO TEXTO.

ABS

ANTHERO

Prezado Roberto, lendo o seu e-mail, não precisaria conhecê-lo pessoalmente, para ter a certeza do seu gráu de cultura e preparo intelectual. Parabéns sinceros meus. Apenas lembraria a vc, que somente hoje a repressão ao crime organizado está agindo com cuidados e destreza da policia americana, onde o bandido, quando numa situação semelhante a que ocorreu aqui no Rio, fatalmente morrerá. Lá a vida do policial tem muito valor. Aqui, infelizmente, não. É uma questão de cultura, e os "direitos humanos" sempre foi uma hipocrisia malígna e proveniente de uma odiosa injustiça. Abrs. Gerson Arraes.Juiz

É de evidência palmar a proposição. Segurança pública é sobretudo uma questão social que a policialização termina por justificar o quadro tal como posto e alimentar determinados setores interessados (econômicos, políticos) em que tudo se mantenha tal como está, a despeito dos discursos altamente suspeitos que partem exatamente desse tipo de representantes sociais.

Suprema contradição, portanto!

Abs,

Roberto Wanderley, Juiz

ROBERTO

EU TB NÃO QUIZ SER OFENSIVO A NINGUÉM, MAS JÁ VI MUITOS PREGADORES DAS MAIS VARIADAS RELIGIÕES DEIXANDO O OUVINTE PENSAR QUE O FUNDO OU BURACO DA AGULHA ÉRA DA AGULHA DE COSTURA E NÃO DAS ANTIGAS PASSAGENS E OU ATALHOS NA MURALHA DE JERUSALÉM. E OUTRAS TANTAS PARÁBOLAS, ELES SEMPRE MOSTRAM O CRISTO COMO MÁGICO, O DAVID COOPERFIELD DO TEMPO DOS ROMANOS, O QUE SOME DIANTE DAS CAMERAS DE TELEVISÃO COM UM NAVIO NO TRIANGULO DAS BERMUDAS E ETC.

ABS

ANTHERO,Juiz

----- Original Message -----

Sent: Saturday, September 26, 2009 1:43 PM

sniper

Acho que o amigo tem razão, sem querer ser ofensivo a ninguém em particular.

Abs,

Roberto W,Juiz

CARÍSSIMOS COLEGAS,

Vou dar pitaco...

A questão abordada é extremamente delicada e, por isso mesmo, todo cuidado é pouco !

A violência está nas ruas e, ao que parece, não pretende deixá-las e o Poder Público concorda integralmente com tal posição.

Vi as fotos e estou chocado pela NOSSA (sociedade como um todo) INCAPACIDADE em resolver a questão por outros meios. Desde já digo: não sei qual seria a solução para o caso específico, confesso que não fui e não sou capaz de vislumbrar outra saída para o caso específico. O que sei é que TEMOS A OBRIGAÇÃO E O DEVER para encontrar outras saídas que não sejam a morte de alguém. Me rebelo contra isso. A sensação de impotência diante de uma situação fática não é agradável.

Recorro-me ao filme TROPA DE ELITE para ilustrar esta manifestação. O grande mérito do filme foi demonstrar como em determinadas situações o bandido e a polícia se igualam e menor mérito para esta, pois o bandido está no “exercício regular de sua profissão, que é ser bandido”; enquanto a polícia não ! Não é função precípua da polícia “ser bandido” e a sua transfiguração é danosa à sociedade.

As mortes violentas sempre nos emocionam, seja ela decorrente de um assalto, de uma bala perdida ou de um acidente de trânsito nas rodovias assassinas do nosso País. São todas iguais ! São todas fruto do descaso da Administração Pública, que não investe na segurança pública e os seus antecedentes (escolas, saneamento básico, saúde, etc.).

Todos sabemos de onde vem a cocaína, mas nada é feito para impedir a sua entrada. Não morro de amores pelos Estados Unidos, mas fico a imaginar se a Bolívia ou a Colômbia, por exemplo, fizessem fronteira com os Estados Unidos se ainda estariam produzindo cocaína.

Em razão de exercer o cargo de Juiz Criminal em uma das Cidades mais violentas do Estado de Minas e do Brasil, convivo com tal violência diuturnamente. Hoje tenho sob a minha responsabilidade quase 1.200 pessoas presas e há uns dois ou três anos fiz uma pesquisa entre os presos e apenas 16 presos recebiam mais de um salário mínimo quando trabalhavam. Logo, pela lógica formal, quem recebe mais de três salários mínimos na cidade onde trabalho NÃO COMETE CRIME !

Quando avaliamos a criminalidade, é natural vislumbrarmos o criminoso e o seu ato isoladamente, principalmente quando o ato criminoso é próximo à nossa convivência e, em razão disso, ficamos emocionalmente cegos. A cegueira não é boa companheira da razão.

A estrutura da segurança pública é dirigida EXCLUSIVAMENTE para a pobreza. A triste máxima de que cadeia é para pobre continua na plenitude da sua verdade. Inclusive o Poder Público não sabe lidar com os bandidos ricos e desde já saliento que a minha expressão não tem nenhuma conotação protecionista ao pobre ou rico, apenas uma leitura do objeto do meu trabalho.

Fico apenas a imaginar se o rapaz que recebeu o tiro estivesse bem vestido de terno e gravata a reação teria sido a mesma. Talvez sim, talvez não ! Mas uma roupa não pode ser definidora do destino morte ! Nem a dúvida !

A lei existe para proteger o cidadão do ESTADO e não o contrário.

O meu maior receio é – como já dito por outros Dignos Colegas – é a banalização da vida, e nós Magistrados não podemos ser atingidos por essa “naturalidade”. A ação da PM contra o nosso Digno Colega da Comarca de Rondon do Pará e a ação da PM contra o bandido da cena em questão TEM SEMELHANÇAS PREOCUPANTES, pois demonstraram a incapacidade de resolver racionalmente as questões colocadas e diante das mesmas as contradições restaram acirradas.

A ação policial não pode ser vítima de si própria, não pode estender os limites da sua atuação à violência desmedida, desproporcional, criminosa. A instituição não pode aplaudir a morte, seja lá o motivo e as circunstâncias. A sociedade paga os órgãos de segurança para ter segurança e não para alimentar a violência. Um Digno Colega colocou aqui na lista um relato de uma violência sofrida pelo Irmão, que me emocionou, mas fiquei a imaginar sobre um possível irmão do “bandido” morto vendo a foto do sniper vitorioso, qual seria o sentimento de tal irmão ? Seria diferente daquele que o nosso Digno Colega sentiu ?

Enfim, não quero fazer um juízo de valor sobre a questão em si, mas tais situações potencializam a minha preocupação sobre a nossa incapacidade em resolver as diferenças às custas da violência.

Fraternos abraços,

Magid,Juiz

nome de ANTHERO DA SILVA GASPAR
Enviada em: sábado, 26 de setembro de 2009 09:01

NÃO PODEMOS APLAUDIR NENHUMA ESPÉCIE DE VIOLÊNCIA, AINDA MAIS A DO ESTADO. NO CASO AQUI NO RIO É O QUE VEM ACONTECENDO A PM ENTRA NAS COMUNIDADES E MATA. EM CONFRONTO A POLICIA NÃO MORRE, MATA. QUANDO MORRE PM É PORQUE FICOU DORMINDO DENTRO DO CARRO AO INVÉS DE FICAR DE QUARDA E EM POSIÇÃO DE COBERTURA RECIPROCA OU QUANDO SE ENVOLVE COM BANDIDO PROMETE E NÃO CUMPRE, RECEBE E NÃO ENTREGA, ENTÃO COMO O MARGINAL NÃO PODE AJUIZAR UMA AÇÃO COMPULSÓRIA A EXEMPLO DO AGIOTA QUE NÃO PODE EXECUTAR JUDICIALMENTE O SEU PRETENSO CRÉDITO ELES ENTÃO MATAM. AS MILICIAS COM A COLABORAÇÃO DE PARTE DA POLICIA ESTÃO AUMENTANDO, EXPULSAM OS MARGINAIS TRADICIONAIS E ASSUMEM AS MILICAIS. AS COMUNIDADES TEM MAIS MEDO DAS MILICIAS DO QUE DOS OUTROS BANDIDOS, POIS QUANDO LIGAM DE UM ORELHÃO PARA O DIQUE DENUNCIA SEM ACABAM POR CONSEGUIR UMA INTERVENÇÃO POLICIAL, MAS QUANDO SE TRATA DE MILICIA NÃO TEM JEITO, POLICIA NÃO COMBATE COLEGA.

QUANTO AOS BAIXOS VENCIMENTOS NÃO É SÓ DA POLICIA E SIM DE TODOS, O QUE DIZER DOS PROFESSORES E NÓS TB ESTAMOS CAMINHANDO NA MESMA DIREÇÃO. O PODER ECONOMICO NOS ULTIMOS 60 ANOS VEM PROMOVENDO UMA CRUEL CONCENTRAÇÃO DE RENDA E COM ISSO APROPRIANDO-SE DA MAIS VALIA DE TODOS OS TRABALHADORES PUBLICOS E PRIVADOS REDUZINDO O SEU PODER DE COMPRA, BASTA OLHARMOS O INCONTROLÁVEL CESCIMENTO DAS FAVELAS EM TODOS OS CENTROS URBANOS DO BRASIL E HOJE NO MUNDO. NINGUÉM MORA EM FAVELA PORQUE QUER. EU AFIRMO ISSO PORQUE HÁ 60 E TANTOS ANOS ATRÁS MORAVA EM FAVELA E ASSIM QUE MINHA FAMILIA CONSEGUIU SAIMOS PARA O EM TORNO DA FAVELA, TANTO QUE MOR HOJE A 300 METROS EM LINHA RETA DO FAMOSO COMPLEXO DO ALEMÃO E A OUTROS TANTOS À ESQUEDA DO COMPLEXO DO ADEUS. ATÉ QUEM MORA NA ZONA SUL E NA BARRA, RECREIO SE REPARAR VAI VER QUE TB ESTÁ CERCADO POR FAVELAS. O INTERESSANTE É QUE AS PESSOAS OLHAM MAS NÃO ENXERGAM A QUA A CADA DIA TUDO ISSO SE APROXIMA EM VELOCIDADE DE NÓS JUIZES TB,

ANTHERO,Juiz

----- Original Message -----

Sent: Saturday, September 26, 2009 8:44 AM

sniper

Caro Gerson,

Respeito sua dor e compreendo suas apreensões. No entanto, tudo o quanto vc me diz não permite elidir a censura contra toda forma de ufanismo sobre a miséria humana e a desgraça individual, em particular. A eliminação de um marginal no combate urbano de sociedades periféricas como a nossa, ainda que excluída de illicitude, não pode ser pretexto a festins diabólicos, sobretudo entre Magistrados. Perceba que mesmo os membros da tropa que "neutralizaram" o sujeito, manifestaram-se, pelo seu comandante, em tom grave, seco e profissional. Eu não vi PM esboçando satisfação pessoal com o trucidamento do meliante. Essa atitude tem de ser reproduzida em todos os espaços e a todo momento. Aplausos da população são inconsequências provenientes da turma ignara e tanática, como também é uma inconsequência o linchamento e a justiça de mão própria. Isso tudo é muito preocupante. A necessidade, excusável, de pôr fim a um semelhante, por mais antissocial que ele seja, não elimina a compulsão do espírito pelo fato de violarmos a letra do Mandamento de Deus, raiz natural de todo o Direito Positivo. Mesmo para os que não acreditam em Deus, não se justifica a alegria em momentos de tristeza, por natureza. Esse sentimento paradoxal permite acreditar que a sociedade está extremamente doente. E a doença social não terá atingido somente aqueles desafortunados e que, por isso, desandaram à delinquência. A criminalidade é o custo social de nosso degredo e de nossa desafeição à humanidade. O crime, portanto, consoante uma visão sistêmica de mundo, é uma sucessão de acontecimentos que não se pode explicar de per si, se o móvel da pesquisa é a sua eliminação completa e não a simples reprovação social (objeto jurídico do Direito Penal). Patriotada, outrossim, não resolve nada. Amor, sobretudo, é que resolve. Amor profundo e verdadeiro, não a simples paixão que é expressão de momento e mais atende às nossas próprias carências do que vislumbra o semelhante como objeto de nosso serviço e de nossos cuidados. Qualquer semelhante, pois toda discriminação é odiosa. Todavia e talvez por isso mesmo, esse amor tem sido sufocado pelo egoísmo em larga escala, pela vaidade pessoal e corporativa, pela emulação entre iguais, pela corrupção endêmica e pela ignorância pura ou assistida de nossa gente e dos contingentes que formam nossas instituições públicas e privadas.

Até quando?

Hoje eu rezarei por aquele infeliz que morreu pela reação policial e também, com o mesmo fervor, pela moça que sofreu violência tremenda sob suas mãos.

Ambos merecem a minha compaixão e eu não estou feliz pelo acontecimento.

Abraço fraterno,

Roberto Wanderley Nogueira, Juiz

2009/9/26 Gerson Arraes

Caro colega Roberto, permita-me apresentar-me, uma vez que estou estreando nessa lista da AMB. Sou desembargador (aposentado em 2006), tendo ingressado na magistratura em Jan /84, tendo antes sido oficial da PMDF, que virou PMEG e finalmente PMERJ. Antes de ser magistrado, fui promotor de justiça de 1976 a l984. Posso asseverar a vc, que hoje vivemos um clima de violência assustador, em que o bandido ou marginal, mata um policial covardemente, sem nunca tê-lo visto antes e, sobretudo, sem que o mesmo tenha esboçado qualquer gesto de agressão. Existem nas policias, civil e militar, inúmeras famílias que perderam marido, pai, filho e irmão no combate a criminalidade, e que sofrem diariamente a dor que a separação traumática causa sem dúvida alguma. No nosso caso (Rio de Janeiro), para vc ter uma idéia, um soldado da PM, ganha mensalmente C$ 800,00. O mesmo soldado na atual PMDF (Brasilia), ganha cerca de C$ 4.000,00, vencimento que se equipara ao pôsto de capitão ou major das fôrças armadas. Não estou com isso querendo dizer que o soldado de Brasilia ganha muito. Os nossos é que ganham pouco. Esteja certo que esse fato ocorrido aqui no RJ, em que um marginal foi morto por um atirador de escol durante um assalto ou tentativa de sequestro, seja lá o que for, e que uma criatura inocente corria risco de morte, será esplorado pela imprensa e os paladinos dos direitos humanos, que nunca se prestaram a sequer valorizar a vida de um policial morto em serviço. Pode ser que eu esteja enganado, mas tenho quase certeza que não. Observei que vc manifestou-se favoravelmente à ação da PM, quando disse que a mesma não continha carga de ilicitude, uma vez que agiu no exercício regular de direito. Quero externar aqui e agora, a minha satisfação pela forma que vc colocou a questão, revelando nitidamnete a sua compreensão de toda a problemática em que nos encontramos, e a praticamente irreversível atmosfera de violência que respiramos, sendo certo afirmar, que para o bandido, a vida humana não tem valor algum: nem a nossa nem a dele. Roberto, fui criado em família evangélica, sou pastor da Assembleia de Deus e tenho absoluta certeza de que os agentes da lei não agiram de modo reprovável , nem legal, nem biblicamente, ainda que uma vida humana tenha sido extirpada. Finalmente, Roberto, as desigualdades sociais existem, mas não justificam, tanto um policial corrupto, quanto o declínio do homem vertiginosamente para o crime, não só nas comunidades carentes, mas também nos poderes da república. Afetuoso abraço. Gerson Arraes,Juiz

----- Original Message -----

Sent: Saturday, September 26, 2009 12:12 AM

sniper

Amigos,

Pedir perdão a Deus por antecipação do pecado que se está disposto a cometer, em consciência, é, antes, pedir para não ser perdoado, por maior que seja a dor, por mais grave que seja a provação decorrente de alguma provocação injusta. Não é o caso de renunciar à resistência contra o pecado (a violência, por exemplo), qualquer que seja sua expressão, mas é o caso de combatê-lo sem embargo da dignidade de todos, igualmente filhos de Deus.

A razão existe para que não demos vazão a certas espiritualidades demoníacas que nos devolvem à barbárie e nos equipara aos fascínoras a quem desejamos combater.

O crime não é pior do que o criminoso, meus amigos. Todo agente reúne suas motivações. Se não nos ocupamos com a problemática do outro, agimos do mesmo modo como aquele que também não se preocupou com a nossa no turno da vida em que logrou alguma violência de que teremos sido vítimas.

Se fôssemos um país justo e sem desigualdades terríveis, seguramente não haveria espaço para um tal tipo de desejo irrefreável, salvo pela atipidade de certas situações patológicas.

Vejo esse turbilhão de sentimentos primitivos como muito preocupante, porque é evidente que a vez em que tantos mais bandidos venham a ser mortos (o episódio flagrado pela TV revela uma ação nitidamente excluída de ilicitude), outros mais lhes ocuparão os espaços, enquanto a desigualdade social não for, afinal, resolvida satisfatoriamente.

No limite, todos continuaremos morrendo de forma banal e não raro brutal - bons e maus - porque a guerra está estabelecida, ainda quando já não se disponha de uma bandeira de luta que torne a sistemática da violência um fenômeno pelo menos explicável.

O que não se pode enxergar sem absolutamente lançar um olhar crítico sobre a matéria é essa explosão temperamental que é capaz de mexer com o mais rasteiro de nossos pendores e instintos, quando por acaso tenhamos sido a vítima histórica da vez, muito mais do que de simples bandidos que recrusdescem em função das políticas públicas deslegitimadas pela hipossuficiência de seus propósitos ou pela dissimulação de seus enredos e que também são praticadas sob as nossas barbas sempre omissas, pela acomodação cívica, e jamais resistentes, pela conveniência de momento.

Isso vale para todos os setores, pois de omissão em omissão vamos assistindo aos quadros que já formaram, desde há muito a ribalta dantesca e vituperiosa de nossas vidas muitíssimo infelizes, decepcionantes e escravizadas.

A felicidade é para todos, mas os donos do poder não a querem distribuir com correção e Justiça.

Merecemos melhor sorte. Eis a questão!

Com solidariedade a todos os que sofrem, de parte a parte, os horrores da violência urbana, o meu abraço,

Roberto Wanderley Nogueira, Juiz


Caríssimos,

Em 2001, meu irmão (o único, minha paixão) foi assaltado e levou um tiro na cabeça. A bala entrou na fronte esquerda, afetou o nervo óptico e se alojou no nariz. Graças a Deus, ele perdeu “somente a visão esquerda”.

Jamais tivemos notícia sequer do inquérito. E vejam que temos um tio que já foi deputado diversas vezes, secretário de Estado etc.

Depois de um tempo, um policial amigo disse que o atirador foi morto em confronto com a polícia. Também por obra Divina, alguém o encontrou antes de mim. No auge da dor, juro que teria feito justiça com as próprias mãos - literalmente.

Logo depois do ocorrido, com a vida da minha família em frangalhos (e eu à beira da insolvência, já que advogava e não conseguia produzir, pois dormia com ele no hospital), escrevi o texto abaixo.

Na verdade, foi um grito de desabafo.

A que ponto chegamos...

Mário Márcio

CARTA DE UM CIDADÃO INDIGNADO

Nesses meus vinte e poucos anos de vida, não me recordo de ter presenciado tamanha violência, tamanha falta de respeito pelos mais comezinhos valores, tamanha falta de respeito pela vida. Não sei se tal constatação se deve ao fato de que ela, a violência, nunca esteve tão perto de mim, como agora; não sei é porque eu cultivava a doce ilusão de que vivemos na pequena e (ex) pacata cidade de São Luís. Enfim, não sei se é porque, há pouco, fui vítima dessa violência (e isso é preciso reconhecer...), dessa violência que destrói lares, rouba sonhos, semeia a dor e fomenta o ódio – seja no ofensor, seja no ofendido.
Que me desculpem os partidários de idéias contrárias, mas não há como perdoar o “ofensor gratuito”, não há como perdoar aqueles que nos roubam o convívio dos entes queridos. Sinceramente, quisera eu ter a força (ou seria o desequilíbrio?) da doce Patrícia Abravanel; quisera eu ser crente o bastante para entender – e praticar – que é perdoando que se é perdoado. Sinceramente, quisera eu poder dizer: o que passou, passou; a vida continua; nós estamos melhores que eles... É verdade, a vida continua. Mas continua fragilizada, aviltada.
Por óbvio, nós, cidadãos de bem, não alimentamos o sonho de viver no paraíso. Em absoluto. Afinal, a evolução – ou seria a involução? – do homem não mais permite esse tipo de devaneio.
Não obstante, a Constituição Federal nos garante uma vida tranqüila e segura (é, aquela mesma Constituição que nossos “líderes” insistem em desrespeitar, em violar). Portanto, o que pedimos não são favores. A atuação governamental não pode se apresentar com um caráter de benesse, de gentileza, de modo algum. Mesmo porque essa mesma Constituição dispõe que o poder emana do povo e deve ser exercido em seu favor. Antes de qualquer coisa, a atuação governamental responsável e coerente é um dever inarredável, não um favor.
Para finalizar, permito-me dizer que nossos governantes devem adotar uma postura mais responsável - e de imediato -, sob pena de o povo, esse mesmo povo que reza pela saúde e pela vida dos ilustres e de seus pares, começar a rezar para que a violência atinja também essas ilustres pessoas, para – quem sabe? – alguma coisa ser feita.
Que DEUS me perdoe, mas, sinceramente, qualquer das opções eu desejo, desde que algo aconteça.
Juiz Mário Márcio de Almeida Sousa
(Artigo escrito no ano de 2001, quando o autor ainda era advogado militante)

2009/9/25 Carlos Hamilton <chamilton10@uol.com.br>

Perfeito Mario Marci,

Daqui a pouco o pessoal dos direitos humanos vão triturar o Sniper, a PM e tudo mais, alguém duvida?

Este país vive de hiprocrisias, qualquer um levanta uma bandeira e tem um monte de bestas para votar em qualquer coisa.

Abs.

Carlos Hamilton


2009/9/25 Mário Márcio de Almeida Sousa

Hamilton,

que Deus me perdoe, mas adorei a cena.

muito melhor que ter visto a vitima tombar.

e o que pensa o cidadao Mario Marcio

Mario Marcio,Juiz

2009/9/25 Carlos Hamilton

A Polícia erra, mas também acerta. Vejam as imagens.

http://180graus.brasilportais.com.br/geral/atirador-mata-ladrao-que-fez-refem-com-granada-no-rj-veja-a-cena-245452.html

Abs.

CH,Juiz

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