domingo, 27 de setembro de 2009

COMENTÁRIO SOBRE INDICAÇÃO DE TOFFOLI AO CARGO DE MINISTRO DO STF, por Zane (Roseane)

Sócrates e Jesus Cristo não escreveram uma linha sequer para preencher seus currículos. No entanto, o primeiro foi e é o maior filósofo da humanidade de todos os tempos. O Outro, Ele é o próprio Deus Conosco!
Então, farisaico é o discurso do articulista Reinaldo de Azevedo.

Zane (Roseane)

Ao fim, favor não colocar palavras à minha boca: não comparei ninguém com quem quer que seja. Apenas provei de modo irrefutável, convenhamos, que o argumento do Reinaldo de Azevedo, bem como o de quem com ele compartilhe, é farisaico, no sentido de falso, temerário, sectário e insubordinado da Ordem Legal estabelecida. Ou não é verdadeiro que nem o Sócrates e tampouco o Cristo Salvador escreveram uma única linha de suas próprias biografias? Isso basta para convencer de que a falta de um bom currículo não é argumento que possa sustentar a imprestabilidade das biografias. Quaisquer que sejam elas.

Zane (Roseane).
(está na mensagem seguinte que o colega não deve ter lido, mas, retransmito, sem problema algum, parte da mesma)

Ao tempo de Calígula não se conhecia racionalidade alguma. Antes de Incitatus, aceitaram o seu dono como Imperador. E estava tudo muito bem. Incitatus não tinha currículo porque simplesmente não poderia jamais escrevê-lo. Eis a questão!
Está decomposto o sofisma de acidente com que o colega busca traçar um paralelo materialmente impossível: justapor elementos de naturezas inconciliáveis! Taí uma atitude censurável em quem escreve na condição de Magistrado. Já pensaram se uma sentença se compuser de tais estruturas linguísticas farisaicas? O jurisdicionado estaria perdido. Ainda bem que a lista é apenas um veículo que em muitos casos se presta para jogar conversa fora.
Estou aguardando o 'day after'.

Zane (Roseane)

"O argumento elide a censura inicial à candidatura do Toffoli. Este, também tem os seus feitos, talvez não segundo a expectativa de quem não concorde com essa candidatura, mas tem. Desse modo, o argumento traduz uma 'contradictio in terminis'. Acabou o debate, ante confissão fícta do acerto das objeções aqui escavadas em face do farisaísmo (Hipocrisia, fingimento...'Houaiss, pág. 339, Dicionário da Língua Portuguesa - Edição 2008, integralmente adaptado à reforma ortográfica') de certas imposturas lógicas do debate.

Às vezes nos julgamos muito inteligentes, mas nos percebemos que apenas sabemos muito pouco do muito que deveríamos.

De todo modo, eu ofereço a minha outra face, mas não delibero abrir mão da liberdade de agir conforme esse entendimento e da razão por que tudo isso se descerra. Tudo o mais é bobagem rematada!"

Abraços

Zane (Roseane)

Ninguém respeita cargo algum, se não respeita a pessoa que o corporifica. Com o argumento insiste-se no vício de origem que traduz a insubmissão do pensamento com a Ordem Legal estabelecida. A notabilidade jurídica ou mesmo a reputação de candidatos ao STF é objeto de avaliação discricionária e exclusiva do Presidente da República. A crítica não combina com o sentimento jurídico e reflete a prepotência de quem intenta adjudicar para si um juízo que comporta a personagem diversa. Ou seja, não se conforma com o posto estabelecido, ante razões subjetivas que, por outro lado, são atacadas quando dirigidas a terceiros. Mais contradição, porque pode-se difamar o candidato, mas não se pode tecer considerações teóricas, tidas como ofensivas, em relação à crítica que se eleva injustamente contra aquele. Curioso isso. Demais, não parece razoável eleger, também subjetivamente, com conteúdos da pretendida notabilidade jurídica e reputação pessoal o fato da produção científica e/ou literária de alguém. O nome que comumente se dá a esse empenho é arbítrio (interpretação arbitrária), quando quem pode arbitrar, na espécie, é o constituinte. Sobre isso, pode-se sempre postular uma candidatura para a atividade parlamentar e, sendo lá, propor emendas constitucionais que não forem consideradas proibidas (cláusula pétrea).

Do quanto a tudo me referi, o fora apenas baseado nas proposições formuladas por uma crítica pouco esclarecida conducente à desqualificação arbitrária de certa candidatura a Ministro do STF. Inteiramente injusta, porque, afinal, tampouco sabemos o suficiente a respeito dela, salvo aquilo que gente interessada nessa desconstrução - afinal há uma concorrência ácida nos bastidores pela vaga deixada pelo defunto ilustre - vem intentando, até pela imprensa, produzir. Deus sabe o que está por trás disso tudo. E Deus também é testemunha se aderimos a isso por alguma causa em particular ou do mais elevado de nossas ingenuidades teóricas.

Ao fim, não investe contra a LOMAN ao declarar uma opinião pessoal baseada em argumentação técnica, sobretudo no meio corporativo, na crítica especializada, na cátedra e nos autos. Esse dispositivo está abrogado pela Constituição Federal de 1988 e carece de remendo legislativo para evitar esse tipo de encalacramento subjetivo que elimina das pessoas a própria liberdade de pensar. Isso não pode no atual sistema constitucional e se dizem o contrário, o fazem inconstitucionalmente.

Quanto às atrocidades dos magistrados nazistas, certifique-se de que eles, definitivamente, não honraram as tradições jurídicas do povo germânico, haja vista que deixaram de aplicar as disposições da Constituição de Weimar (que incorporava a principiologia dos direitos fundamentais: o limite moderno para a regulação jurídica), a qual não foi violada, outrossim, mas apenas ao tempo da ascensão do FUEHER (não sei colocar o trema na letra U) ao III Reich. Há, portanto, uma incorreção histórica no argumento.

Não quis lhe ofender e nem ofender a ninguém em particular. Falei em tese. Se assim dei a impressão, peço desculpas. Mas, certamente, considero grotesca a arte de se desqualificar as pessoas pelas costas. Nisso, vc acertou em cheio: tenho conhecimento de causa, porque nesses anos todos de sofrimento pessoal, inteiramente isolada e privada de defesa (porque ninguém se arrisca a acusar poderosos), tenho me apercebido de que faço parte de uma categoria mesquinha, cujo norte é a projeção pessoal de cada qual e o resto que se dane. É claro que longe de mim está o desejo de generalizar. Em todo grupamento humano, há sempre bons e maus. O ruim em nosso caso é que os domínios institucionais e corporativos vão sendo tratados, apesar dos novos tempos democráticos, com a mesquinharia de sempre.

Em uma palavra: as idéias negativas que se procuram construir sobre o Min Toffoli são tão tão obscuras quanto o sejam as formulações que de parte a parte possam servir de conteúdo a este debate em comento findo. Justamente porque não sabemos nada do muito que deveríamos saber. Eis a questão!

Um abraço fraternal da

Zane (Roseane)

A desqualificação pessoal de candidaturas traduzem argumentação "ad hominem". A resposta enreda-se na própria argumentação.

Zane (Roseane), encerrando aqui minha modesta manifestação sobre o assunto.

(POR ÉTICA E RESPEITO ÀS OPINIÕES CONTRÁRIAS, NÃO FORAM POSTADAS AS MENSAGENS, TAMPOUCO OS NOMES DOS DEBATEDORES)

Nenhum comentário:

Postar um comentário