sábado, 16 de janeiro de 2010

Rebelião em penitenciária do Paraná termina com cinco mortos

Presos da Penitenciária Central do Estado (PCE) do Paraná, em Piraquara, na região metropolitana de Curitiba, encerraram na tarde desta sexta-feira (15) a rebelião iniciada ontem por volta das 21h. A Polícia Militar confirma cinco mortes.
O comandante-geral da Polícia Militar do Paraná, coronel Luiz Rodrigo Larson Carstens, afirmou em entrevista coletiva após encerrada a rebelião, por volta das 16h, que foram retirados cinco corpos do presídio depois de uma varredura. Um dos presos foi ferido com gravidade e diversos tiveram ferimentos leves.
A exigência para a liberação dos reféns foi a garantia de que presos de outros Estados ou regiões mais distantes deverão ser transferidos para penitenciárias mais perto de onde eles moram. Os dois agentes penitenciários mantidos como reféns já foram liberados e não ficaram feridos.
O comandante disse que ainda não há confirmação, mas que os presos podem vir a ser transferidos, já que a rebelião provocou estragos nas galerias da penitenciária. Uma das possibilidades seria o presídio do Ahú, que está desativado, no centro de Curitiba.
No início da tarde, Carstens negou qualquer relação entre a rebelião e a saída dos agentes que ajudavam na segurança interna do presídio desde 2001. Funcionários da penitenciária alertaram sobre a possibilidade de motim no caso de retirada dos policiais no início desta semana.
"Não tem relação direta. Os agentes precisam entender que era preciso reforçar a atuação dos policiais em outras áreas de Curitiba e região. A causa da rebelião é a briga entre facções rivais", disse o comandante, que investiga se algum funcionário facilitou a entrada de armas brancas no presídio.
A rebelião aconteceu justamente no período em que policiais militares deixaram de ajudar na segurança da PCE, para atuar na Operação Verão e reforçar a segurança no Estado. Os policiais militares ajudavam na segurança interna desde 2001, quando uma rebelião deixou um saldo de quatro mortos (um agente e três detentos). A PCE abriga cerca de 1.500 presos em um espaço projetado inicialmente para 500 pessoas.
Os rebelados exigiram a presença de um juiz, dos jornalistas e radialistas e a participação de representantes da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) nas negociações. A secretária da Comissão de Direitos Humanos da OAB-PR, Isabel Kugler Mendes, disse que oito detentos feridos foram retirados em uma ambulância.
Até o fim da manhã desta sexta-feira (15), os presos reivindicavam transferência para presídios mais próximos de suas casas, modificação no sistema de visitas, verificação de penas e mais tempo para banho de sol.
*Com informações de Eduardo Correa, especial para o UOL Notícias em Curitiba, e Secretaria de Segurança Pública do Paraná

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