domingo, 13 de setembro de 2009

postada às listas para um juiz que prefiro não nominar

Não levei suas palavras pelo lado da ironia, pelo contrário, tenho-as como um gesto de carinho e solidariedade para comigo. Só tenho a agradecer por tê-lo como um verdadeiro amigo.

Entretanto, duas coisas quero deixar claro, ainda há desembargadores no OE maravilhosos, competentes, cultos que me defenderam, inclusive, outros, mesmo votando contra, entendi o oposicionamento deles, exceto quando invocaram a Súmula 622 revogada pel atual Lei do MS e tudo o mais que hoje está no Conjur. E, acredite, depois do meu desabafo, continuo acreditando naquela Justiça Paulista. Todos têm o direito de reflexão, assim como eu que, paulista, paulistana, nascida e criada no Brás, "joguei pra fora" como um desabafo o que estava sentindo naquele dia. Entretanto, hoje volto ao normal e continuo de cabeça-erguida em minha luta.

A segunda que gostaria de esclarecer é que, embora meu falecido pai tenha chegado ao posto de Coronel da PM, a extinta Força Pública, sempre foi do Corpo de Bombeiros, chegando a comandá-lo em todo o Estado de São Paulo. Depois de DEUS é ele a quem devo tudo na minha vida, desde a honestidade, lealdade, o amor pela família e amigos, a solidariedade para com todos, principalmente os mais necessitados, a ponto de hoje ter uma ONG que sustento com meus parcos vencimentos não aceitando dinheiro de Governo algum para levar um pouco do meu conhecimento e ajuda às policiais femininas do Brasil, vítimas de assédios, moral e sexual, hoje, contando com mais de 7.000 pessoas colaborando, também, voluntariamente. Tudo isso, repito, devo a meu pai que me educou para jamais ir contra a minha consciência, me curvar a nada e ninguém, somente à DEUS e que dinheiro algum compra a dignidade e honradez de uma pessoa.

Por tudo isso e pela memória dele, meu pai, Alcione Pinheiro de Castro, continuarei nessa luta para tirar a "mácula" de insana que me rotularam, mesmo, hoje, recebendo, mensalmente, vencimentos integrais.

Mais uma vez, obrigada, meu querido amigo e receba um abraço afetuoso da

Zane (Rosane)

---- Original Message -----

Zane,
sem ironias, adoro as suas longas mensagens. Estou acompanhando, pelos seus relatos, o "processo" a que você enfrenta, com dignidade e apreensão. Não é p'ra menos, principalmente, depois de tanta falta de respeito dos ilustrados desembargadores do famigerado TJSP. Onde falta fundamentação, faltam vergonha e caráter. E, com todo respeito à honra de seu pai, a 'estrutura', 'hierarquia' e 'disciplina' militares causam-me pavor, máxime quando defendida pelo 'silêncio dos inocentes'.
Em relação aos subsídios, você tocou num ponto crucial: nossos gastos pessoais. Quando eles (gastos) se aproximam, não me sinto órgão de poder, excelência, magistrado ou algo que o valha; sinto-me um cidadão incapaz de mobilizar os colegas de profissão a exigir para nós algo que exigimos diariamente de terceiros: o cumprimento irrestrito da Lei (que, hodiernamente, sempre deveria ser grafada em minúscula letra). Oxalá possamos conscientizar cada colega, virtual e real, da necessidade de mudança de postura em relação às prerrogativas de nosso cargo que, a meu ver, é fundamental para o fortalecimento da república (aqui, o uso da minúscula é proposital) combalida e vilipendiada, externa e, principalmente, internamente.
Força em sua luta profissional,
Apesar de eu não confiar em ninguém, pelos seus relatos, nas instâncias superiores sua situação será revertida.
Abraço,

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