segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

DEPUTADO DA MEIA RENUNCIA À PRESIDÊNCIA DA CÂMARA DO DF

Laryssa Borges
Direto de Brasília
O deputado Leonardo Prudente (sem partido), que até esta manhã ocupava o cargo de presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, renunciou ao cargo de comando. O parlamentar, que foi gravado colocando dinheiro - supostamente fruto de propina - nas meias, havia sido afastado da presidência da Casa até que fossem finalizadas todas as investigações sobre o escândalo do mensalão do DEM - suposto esquema de pagamentos de propina a parlamentares que envolveria o governador José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM) - em Brasília.
A carta de renúncia, que não apresenta pontualmente razões para o afastamento do posto, foi lida em Plenário pelo segundo secretário da mesa diretora, Raimundo Ribeiro (PSDB).
Apesar de deixar a presidência, Leonardo Prudente mantém o mandato de deputado distrital. Ele poderá continuar trabalhando normalmente no Legislativo local, mas está impedido, por força judicial, de participar da análise dos processos de impeachment contra o governador José Roberto Arruda (sem partido).
O afastamento de Prudente acaba de vez com as chances de a oposição de manter na presidência interina da Casa. O deputado petista Cabo Patrício, que vinha ocupando o posto desde o final do ano passado, coordenará o processo sucessório, que ao final de sete dias elegerá o novo presidente da Câmara Legislativa.
Depoimento do delator
Como estratégia para não enterrar de vez qualquer possibilidade de investigação de possíveis irregularidades cometidas durante o governo de José Roberto Arruda (sem partido), o presidente interino da Câmara, Cabo Patrício (PT), encaminhou na última sexta-feira à Polícia Federal ofício para que seja mantida a oitiva de Durval Barbosa, delator do esquema de mensalão no Distrito Federal, agendada para terça-feira.
Ao contrário do que defendeu o presidente da CPI, Alírio Neto (PPS), que declarou na última quinta a comissão extinta, Patrício apresentou uma nova argumentação jurídica segundo a qual não houve o trâmite regimental necessário para o sepultamento da comissão de investigação, ou seja, os líderes partidários não retiraram suas indicações dos integrantes da CPI e não houve qualquer publicação sobre esta estratégia no Diário Oficial da Câmara Legislativa. A Justiça acatou o entendimento do parlamentar e disse que a CPI não foi finalizada automaticamente.
Entenda o caso
O mensalão do governo do DF, cujos vídeos foram divulgados no final do ano passado, é resultado das investigações da operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal. O esquema de desvio de recursos públicos envolvia empresas de tecnologia para o pagamento de propina a deputados da base aliada.
O governador José Roberto Arruda aparece em um dos vídeos recebendo maços de dinheiro. As imagens foram gravadas pelo ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, que, na condição de réu em 37 processos, denunciou o esquema por conta da delação premiada. Em pronunciamento oficial, Arruda afirmou que os recursos recebidos durante a campanha foram "regularmente registrados e contabilizados".
As investigações da Operação Caixa de Pandora apontam indícios de que Arruda, assessores, deputados e empresários podem ter cometido os crimes de formação de quadrilha, peculato, corrupção passiva e ativa, fraude em licitação, crime eleitoral e crime tributário.
Com informações da Agência Brasil
Redação Terra

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