sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

PR: preso confirma 4 mortes em rebelião no Presídio Central

Roger Pereira
Direto de Piraquara
Um detento que se identificou como 'JJ' falou por telefone que quatro detentos morreram na rebelião da Penitenciária Central Estadual (PCE) do Paraná, em Piraquara, que começou no fim da noite dessa quinta-feira e se estende pela madrugada. "A cadeia está tomada. Quatro detentos morreram da galeria 2 e a galeria 8 está no chão", disse o preso, citando a galeria que está em chamas desde o início da revolta.
Outros detentos informaram a seus parentes, por telefone celular, que pelo menos 10 presos morreram. Nenhuma dessas informações foi confirmada pela Polícia Militar. O agente penitenciário Justiniano França, um dos reféns, pôde falar com a sua mulher pelo telefone celular de 'JJ' e dizer que está bem. "Estamos sendo bem tratados aqui, isolados em um local longe dos conflitos", disse. Segundo JJ, a rebelião aconteceu depois que 30 presos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC) foram deslocados da PCE, sendo substituídos por detentos de fora do Estado. Isso teria desencadeado conflitos entre facções rivais.
Segundo o detento, as principais exigências para acabar com a rebelião são a transferência dos presos que não são do Paraná e a garantia de que a Polícia Militar não vai "entrar atirando". Os detentos também exigem a presença dos direitos humanos, da OAB, do corregedor do Estado, da imprensa e dos secretários da Justiça e da Cidadania e da Segurança Pública. A Polícia Militar informou anteriormente que o secretário da Justiça e da Cidadania, Jair Ramos Braga, já está no local. "Vamos entregar a cadeia de manhã", com a condição de que as exigências sejam cumpridas, afirmou o preso.
As negociações seguem durante a madrugada. A revolta começou antes das 22h. Segundo a Polícia Militar, todo o efetivo do Comando de Policiamento da Capital foi deslocado à penitenciária. O Sindicato de Agentes Penitenciários alertou para o perigo de rebelião no local quando soube que diminuiria o efetivo de policiais militares na prisão. O presidente do sindicato, Clayton Auwerter, manifestou indignação com a diminuição do número de PMs, afirmando que eles foram deslocados para funções burocráticas.
Redação Terra

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