quarta-feira, 30 de setembro de 2009

INJUSTIÇA E INVEJA - IVES GANDRA MARTINS

REPASSANDO UM GRANDE ARTIGO.
O GRUPO GUARARAPES BATE PALMAS PARA O DR. IVES GANDRA MARTINS.
LEIAM, REFLITAM E NÃO ESQUEÇAM QUE QUANDO OS MEDÍOCRES CHEGAM AO PODER SÓ
QUEREM TOMAR WHISKY DE 15 ANOS.
NÃO ESQUEÇAM QUE:
"A INVEJA É UMA DECLARAÇÃO DE INFERIORIDADE" NAPOLEÃO
E
"NÃO SE COLHE O FRUTO DA FELICIDADE NA ÁRVORE DA INJUSTIÇA". PROVÉRBIO
PERSA".

GRUPO GUARARAPES

INJUSTIÇA E INVEJA

Ives Gandra Martins
professor de direito e escritor

Geoffrey Blayney, em sua breve história do século 20, observa que o
socialismo, que aproximou intelectuais e dominou muitos países durante
certo período, alicerçava-se na injustiça e na inveja.
O tratamento injusto que as elites ofertavam às classes mais desfavorecidas
e a inveja daqueles intelectuais, incapazes de, por ação própria, alcançar
o desenvolvimento obtido pelas elites - uma das características dos regimes
socialistas é o pouco desenvolvimento e progresso econômico - apontou-lhes
o caminho mais fácil: tirar dos que construíram ao invés de construírem
eles próprios, o que não sabiam fazer. Esses dois fatores foram
fundamentais na geração dos movimentos que alavancaram as diversas teorias
socialistas, no século 20.
Quando da queda do Muro de Berlim, tinha-se a impressão que, diante do
monumental fracasso dos países sob a órbita da União Soviética e da própria
URSS, a lição fora aprendida: os ideais são melhores que os resultados,
entre os socialistas, e os resultados melhores que os ideais, entre os
liberais.
É bem verdade que as economias de mercado sofrem, de tempos em tempos,
crises cíclicas, ao contrário das economias socialistas, que vivem em
crises permanentes.
O certo é que, no início do século 21, houve uma retomada da ilusão
socialista. Muitos países latino-americanos passaram a explorar situações
de injustiça social (índios na Bolívia, população pobre na Venezuela,
índios e pobres no Equador etc) para o fim de implantar uma economia
socialista, o que está levando estes países a uma degradação econômica
constante e a produzir apenas petróleo e gás. A Venezuela importa 70% de
seus alimentos e seu histriônico presidente destrói gradativamente o parque
industrial do país, estatizando-o e gerando cada vez mais inflação e
desabastecimento. Bolívia e Equador vivem também seu próprio inferno
econômico socialista, com problemas que transcendem a limitada capacidade
de seus líderes.
Uma das características, todavia, do socialismo, é destruir a democracia
real para, no máximo, criar uma democracia formal, como Chávez, na
Venezuela, que fecha as emissoras da oposição, proíbe comícios dos que lhe
são contrários e prende aqueles opositores vitoriosos, num estilo que
começa a aproximar-se da ditadura cubana. Apoia, por outro lado, um
presidente deposto pelo Congresso Nacional, pelo Poder Judiciário e pelo
Ministério Público, por violar a Constituição e a lei de seu país
(Honduras).
Paladino das democracias, em outros países, e homicida da democracia no seu
próprio, por impedir a oposição de manifestar-se, Chávez liderou, na OEA,
movimento de recolocação do presidente hondurenho, no que foi seguido por
todos os países latino-americanos, inclusive pelos seus dois maiores
líderes, Obama e Lula.
Em seu projeto de socialização da América - pretende impor, no Mercosul, a
sua filosofia bolivariana, aproveitando-se do episódio hondurenho -
distorce de tal forma os fatos, que termina influenciando os demais países,
ao ponto de o presidente Lula, que recentemente chamou de irmão a um
ditador africano e abraçou diversos tiranetes daquele continente, ter
afirmado ser intolerável uma "ditadura" em Honduras. Estranha ditadura, em
que todos os Poderes cumpriram a Constituição, menos o presidente deposto.
Dias turbulentos vivemos nas Américas. A injustiça social gera o
desconforto, mas também a inveja dos incompetentes, formatando crises
econômicas nestas ditaduras reais, revestidas de um democratismo formal.
Nossos vizinhos pretendem, agora, influenciar toda a América para que
regrida ao mesmo nível que seus lideres já conseguiram impor a seus
sofridos países.
Quero ver como os presidentes Lula e Obama conseguem escapar da armadilha
chavista. Caso contrário, transformar-se-ão em pobres coadjuvantes no
continente.

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